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O zagueiro Puyol é cercado pelos companheiros na comemoração do gol da vitória sobre a Alemanha. Apesar de todo o domínio espanhol, classificação só foi definida em um escanteio | Carl De Souza / AFP
O zagueiro Puyol é cercado pelos companheiros na comemoração do gol da vitória sobre a Alemanha. Apesar de todo o domínio espanhol, classificação só foi definida em um escanteio| Foto: Carl De Souza / AFP

Resultado é considerado indiscutível

Da Redação, com agências

Uma vitória incontestável. Esse foi o sentimento geral após a queda da Alemanha diante do poderio da campeã europeia Espanha. Mesmo os germânicos, que admitiram o gosto amargo da segunda derrota consecutiva para a Fúria em jogos decisivos, aceitaram a justiça do placar. No discurso de todos, de ambos os lados, a certeza de que o toque de bola rápido e o maior entrosamento espanhol determinaram o resultado do duelo.

"Nossa equipe esteve extraordinária. Da defesa ao ataque, fizemos um partidaço", declarou o técnico Vicente Del Bosque. Para ele, depois de tantas dificuldades encontradas no decorrer da competição, o confronto da semifinal serviu para resgatar de vez a confiança. "Passarmos a acreditar ainda mais nas nossas características".

O treinador rival, Joachim Löw, reconheceu a superioridade. "O toque de bola em velocidade da Espanha impediu que fizéssemos nosso jogo. Não conseguimos nos impor e eles ga­­nharam", resumiu, lamentando, entretanto, a ausência do meia-atacante Müller, suspenso. "A Espanha tem o mesmo time há três anos. São muito entrosados e quando encaixam, é impossível neutralizá-los. Eles têm tudo para chegar ao título", previu.

Para o atacante alemão Klose, a Fúria esteve perfeita. "Nos fizeram correr atrás deles sem parar", analisou – ele parou nos 14 gols em Copas, um a menos do que Ronaldo. Já o lateral Lahm reclamou da falta de ousadia da equipe e avisou que não quer disputar o terceiro lugar, no sábado.

  • Veja a ficha técnica do jogo Alemanha X Espanha
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Uma Copa do Mundo histórica, disputada pela primeira vez no continente africano, tinha de ter um desfecho especial. Ao vencer a Alemanha, ontem, a Espanha ga­­rantiu uma final inédita. Além disso, o vencedor do duelo entre a Fúria e a Holanda, no domingo, te­­rá a honra de integrar o restrito grupo de seleções campeãs mundiais. Será o oitavo componente da lista, que não ganhava um intruso desde 1998, quando a Fran­­ça mudou definitivamente seu status para potência da bola.

Até então apagada no solo sul-africano, a Espanha reencontrou seu brilhou ontem. Desde o início, acuou a seleção que tinha mostrado o melhor futebol do torneio nas fases anteriores. Na base da pressão, fez o gol em escanteio aproveitado por Puyol. Ganhou por 1 a 0. Mesmo placar que havia imposto aos germânicos na final da Euro­­copa 2008. Com a presença assegurada em mais uma decisão, os es­­panhóis podem repetir uma façanha que apenas a rival de ontem tem no currículo: erguer as taças eu­­ropeia e mundial em sequência. A Alemanha levou a Euro em 1972 e a Copa do Mundo em 74.

Apesar de ter feito apenas uma campanha modesta na competição, com direito a derrota para a Suíça (1 a 0) na estreia e vitórias magras nas partidas seguintes, a Espanha comprovou com o triunfo de ontem ser o time mais perigoso da atualidade. Desde que assumiu a liderança do ranking da Fifa, em julho de 2008, só perdeu o posto para o Brasil em duas oportunidades – após ser surpreendida pelos EUA (2 a 0), na semifinal da Copa das Confederações de 2009, e dois meses antes do início desta Copa. Em 32 jogos como campeã da Europa, a Fúria perdeu apenas para norte-americanos e suíços.

Do outro lado da decisão programada para o Soccer City, a equipe do técnico espanhol Vicente Del Bosque terá um time pronto para derrubar a favorita. A Holanda está invicta há 25 jogos, segue 100% no Mundial desde as Eliminatórias e chega à terceira final de sua história. A Laranja, inclusive, participou da última decisão que confrontava dois times que nunca haviam sido campeões. Foi em 1978, contra a Argentina. Perdeu. Mas, apesar de não tanto como em 74, tinha um estilo mais vistoso, bem diferente do pragmatismo atual.

Dando prioridade ao resultado e menos à plasticidade, os holandeses não pretendem desperdiçar mais uma chance de comemorar. "Não é hora de falar de cansaço. Precisamos de mais 90 minutos de esforço para conquistar a maior vitória de nossas carreiras", afirmou o atacante Kuyt, prontamente apoiado pelos companheiros.

Apesar de caloura em uma final de Copa, a Espanha promete espantar a fama de pipoqueira – costuma chegar com mo­­ral ao torneio, mas nunca teve sucesso. "Fi­­nal não é uma partida para se jo­­gar, mas sim para ganhar. Nós que­­remos mais", bradou o espanhol David Villa, artilheiro do torneio com cinco gols ao lado de Sneijder, seu rival no último jogo.

À Alemanha, que tomou sufoco da Fúria na semifinal, resta brigar pela repetição do terceiro lugar obtido há quatro anos, em casa. Encara o Uruguai, no sábado. Co­­mo prêmio de consolação, termina o torneio como a equipe que mostrou o melhor futebol – o que não repetiu ontem. Entre os brasileiros, será sempre lembrada pelos contundentes 4 a 0 impostos à Ar­­gentina de Maradona.

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