Maior nome de uma geração que, na década de 1970, tornou a Holanda sinônimo de futebol bonito, Johan Cruyff mostrou-se indignado com o futebol apresentado pela seleção na final da Copa do Mundo. Para o craque, que também foi vice-campeão, em 1974, o estilo de jogo da seleção laranjeira apresentado na África do Sul desonrou a tradição do país.
"Esse estilo de futebol feio, vulgar, hermético e pouco atraente pode até os deixado satisfeitos, mas eles terminaram perdendo. A Holanda jogou o antifutebol. Dois jogadores deveriam ter sido expulsos de imediato. Foram duas entradas tão duras que até eu senti a dor", disse ele, em artigo publicado no jornal "El Periodico".
Cruyff mostrou-se decepcionado com o que segundo ele foi uma estratégia excessivamente defensiva na derrota por 1 a 0 para a Espanha. O ídolo do futebol holandês disse que, antes da decisão, não acreditava que a seleção renunciaria à sua tradicional forma de atuar.
"Na última quinta-feira me perguntaram: 'Podemos jogar como o Inter de Milão? Podemos travar a Espanha da maneira que Mourinho eliminou o Barça?' Disse que não, de forma alguma. E disse não porque detesto esse estilo, mas também porque pensei que a Holanda não se atreveria e que não renunciaria ao seu estilo. Estava errado. É certo que eles não se colocaram colados à sua área, mas também não quiseram a bola e, lamentavelmente, tristemente, jogaram muito sujo", afirmou.
As críticas de Johan Cruyff também se estenderam ao árbitro inglês Howard Webb. Para o holandês, ele não coibiu a violência na decisão de maneira eficiente.
"Ele não só deixou de expulsar dois holandeses (inclusive Robben mereceu o segundo cartão amarelo) como ainda olhou para outro lado nos momentos em que deveria mostrar-se presente. Uma final de um Copa do Mundo merece uma grande arbitragem e, sobretudo, merece um árbitro que se atreva a fazer tudo o que implica ser juiz".
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