O técnico da seleção espanhola, Vicente del Bosque, não é conhecido por fazer grandes mudanças de estratégia, mas ele pode ter de mostrar valentia se quiser levar os atuais campeões europeus além da primeira fase da Copa do Mundo.
A formação 4-5-1 com a qual ele começou a derrota por 1 x 0 para a Suíça na quarta-feira, com David Villa como único atacante e Fernando Torres no banco de reservas, foi mais do que capaz de manter a posse de bola na maior parte da partida.
Villa, no entanto, passou a maior parte do primeiro tempo procurando a bola e, somente após a Suíça surpreender e abrir o placar já no segundo tempo, Del Bosque decidiu colocar Torres na equipe, assim como reforçar o setor ofensivo com as entradas de Pedro e Jesús Navas.
Jogar em alguns momentos com um atacante apenas pode ter funcionado para a Espanha durante sua campanha nas eliminatórias, quando venceu todas as 10 partidas, mas os suíços provaram que a organização e o trabalho duro, além da sorte, também são armas eficientes.
"Se você sabe que seu adversário vai se defender e buscar o contra-ataque, você normalmente tem de pressionar o goleiro deles nos primeiros quinze minutos para desequilibrar a partida em seu favor", disse o antecessor de Del Bosque no comando da seleção espanhola, Luís Aragonés, segundo a imprensa do país nesta quinta-feira.
"A Espanha foi a melhor equipe, mas faltou-lhe convicção para ir atrás do resultado desde o primeiro minuto."
Contra Honduras, na segunda partida da Espanha pelo Grupo H do Mundial, Del Bosque deve optar por seguir o conselho de Aragonés e escalar Villa e Torres no ataque.
Em vez do meio-campo congestionado por cinco jogadores que usou na quarta-feira, ele deve colocar Xavi mais avançado, à frente de Xabi Alonso no centro, Andrés Iniesta na esquerda e David Silva na direita.
Silva não foi bem contra a Suíça, o que significa que o técnico espanhol também pode escalar Cesc Fábregas pela direita.
Na entrevista coletiva concedida após a derrota por 1 x 0 para os suíços, Del Bosque sinalizou que não deve haver uma revolução na equipe. "Você ganha no futebol jogando de maneira ortodoxa", disse. "Acredito em manter uma boa organização mesmo em momentos difíceis."