No fim das contas, a culpa é da imprensa. O técnico da França, Raymond Domenech, responsabilizou a capa do jornal "LEquipe", divulgando os xingamentos de Anelka ao treinador no vestiário, pela crise que atingiu a seleção na Copa do Mundo. Além dos problemas de relacionamento e do boicote a um dos treinos, os Bleus foram eliminados na primeira fase, sem uma vitória sequer.
Domenech prestou depoimento nesta quarta-feira, a portas fechadas, na Assembleia Nacional do país, assim como fez o ex-presidente da Federação Francesa de Futebol, Jean-Pierre Escalettes. O teor da reunião não foi divulgado oficialmente, mas o deputado Lionel Tardy, do partido governista UMP, que participou da audiência, colocou em sua conta no Twitter que "Domenech culpou a capa do L'Équipe por ter desencadeado tudo".
A edição à qual o técnico se refere destacou os palavrões ditos por Anelka ao treinador no vestiário após a derrota para o México. A informação foi passada ao jornal por um integrante da delegação, e o capitão Evra logo em seguida reclamou que havia um "traidor" no grupo.
Durante o depoimento, que se prolongou por cerca de duas horas, o técnico também foi questionado sobre sua recusa em cumprimentar o brasileiro Carlos Alberto Parreira após a partida contra a África do Sul, a última das duas seleções na Copa.
Ainda de acordo com Tardy, Domenech disse ter agido em resposta a supostas declarações do treinador da seleção sul-africana em tom de crítica após a classificação da França à Copa com um gol irregular na partida decisiva das Eliminatórias contra a Irlanda - o atacante Thierry Henry pôs a mão na bola antes de dar assistência para o zagueiro William Gallas marcar.
Ao fim da audiência, os deputados manifestaram que os depoimentos foram "um pouco tristes" e não ajudaram a esclarecer "nada" do que aconteceu na África do Sul. Eles reivindicaram o direito de fazer perguntas a Domenech e Escalettes porque, além do resultado esportivo, "a imagem internacional da França foi manchada".
O clima no elenco dos Bleus já não era dos melhores e só piorou com os maus resultados obtidos nos últimos amistosos antes do Mundial. A crise se intensificou com os insultos de Anelka, já na fase de grupos, e teve seu ápice com a recusa do elenco em participar de um treino em protesto contra a exclusão do atacante.
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