Torcedores reunidos na Rua XV de Novembro vibram com o gol do Brasil contra a Coreia do Norte na estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Não faltou quem providenciasse aquela tevê 42 polegadas para acompanhar em alto estilo as estreia do Brasil na Copa da Áfri­ca do Sul. O aparelho, porém não seduziu as cerca de 5 mil pessoas que foram assistir a partida contra a Coreia do Norte na Boca Mal­dita, em Curitiba. Afinal, ti­­veram à disposição um telão de 364 polegadas (4,5 metros de altura por 8 metros de comprimento) para ver a seleção pentacampeã.

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O telão foi instalado ao lado da Praça Osório e o público prestigiou, lotando a Boca Maldita em plena terça-feira. Não que a imagem projetada fosse o diferencial sobre os tão desejados televisores. Mas ter o clima semelhante ao de um estádio em pleno calçadão atraiu a torcida. "Teve mo­­mentos que não enxergávamos nada porque tinha muita gente na frente", conta a estudante universitária Késia Gomes, 19 anos, que assistiu com as amigas aos gols de Maicon e Elano. Todas trajadas com camisetas personalizadas nas cores da seleção. E garantiram ser fervorosas admiradoras do futebol, mesmo fora dos tempos de Copa.

"O time foi bem, mas ainda não convenceu. O Dunga tem de manter Nilmar como titular", disse a colega de Késia, a estudante Talita Machado dos Santos, 21 anos, para mostrar que entende do riscado. Embora reticentes com a qualidade do futebol mostrado em campo por Kaká e companhia, o grupo fez como muitos outros presentes à Boca Maldita: depois do apito final, dispersaram para continuar a comemoração. Fosse em bares da cidade ou em casa, com amigos e familiares.

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O ambiente da Boca teve seu quê de Estádio Ellis Park, onde foi realizada a partida. Curitiba não estava tão fria como Johannes­­burgo, é verdade, mas, assim co­­mo na África do Sul, o barulho era ensurdecedor. Buzinas e cornetas (renomeadas de vuvuzelas, como manda o Mundial) soaram durante toda a apresentação do time de Dunga. "Vamos fazer barulho até o fim da Copa. Fôlego não vai faltar", garantiu o estudante Denis Lima Soares, 22 anos, dono de uma das ensurdecedoras cornetas.

A vendedora Priscila Kenes, 28 anos, atualmente mora no Pa­­namá e aproveitou a visita à cidade natal para festejar no clima brasileiro. Vestiu-se com a camisa da seleção e levou a amiga, a panamenha Viviana Do­­mingues, 26, para torcer pelo time de Dunga. "Gostei muito. Acho que o Brasil vai ser hexa", disse a turista.

Houve quem tenha aproveitado a aglomeração da torcida pa­­ra, digamos, conhecer gente no­­va. Os estudantes universitários Luiz Rodrigues, 25 anos, e Wil­­lian dos Santos, 22, trocavam te­­lefones com as garotas após o jogo. "Saímos da faculdade e viemos para cá porque sabíamos que seria bem divertido. Virou o melhor para ver os jogos", desconversou Luiz.

Teve ainda quem, como o co­­merciante Danilo Macedo, 29 anos, não pôde comemorar muito: o acordo com o patrão implicava na volta ao trabalho após o jogo. "Mas foi melhor vir aqui na praça do que assistir da loja. Teve mais clima de festa."