Em frangalhos, França joga para atenuar participação vergonhosa

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África do Sul e França entram em campo às 11 horas (de Brasília), no Free State, em Bloemfontein, de chuteiras nos pés e calculadora nas mãos. Ambas as seleções somam apenas um ponto no Grupo A da Copa do Mundo, mas ainda têm chances matemáticas de avançar às oitavas de final. Por ter um gol a mais de saldo (-2 a -3) do que o rival, a França tem uma tarefa um pouco menos complicada: precisa vencer por cinco gols de diferença e torcer para que não haja empate entre México e Uruguai. Já a África do Sul tem que ganhar por seis gols de diferença e também esperar que haja vencedor no outro jogo. E promete mais ofensividade.

Mas é fora de campo que o clima está fervendo para os Bleus. Brigas causadas por desavenças entre jogadores e técnico causaram a expulsão de Anelka do grupo – xingou o treinador Raymond Do­­menech –, o pedido de demissão do chefe da delegação, Jean-Louis Valentin, e até os boatos de que o astro aposentado Zidane estaria por trás da rebelião dos atletas. "É uma possibilidade que alguns jogadores talvez não queiram entrar em campo. Mon­­tarei a melhor equipe com quem estiver melhor do ponto de vista físico, nervoso e psicológico para superar os episódios destes últimos dias", falou o comandante dos Azuis.

Como o capitão Evra, um dos protagonistas da greve do elenco, que se recusou a treinar no domingo, se ausentou da entrevista coletiva obrigatória da Fifa, sobrou para Domenech explicar a situação. "Por 45 minutos, ou mais, tentei falar aos jogadores sobre a aberração, a imbecilidade, a estupidez sem nome que eles preparavam [a greve em protesto ao corte de Anelka]", falou o técnico.

Alegando que a crise na seleção ameaça a reputação da França como país, o governo de Nicolas Sarkozy promoverá uma verdadeira intervenção no esporte e anunciou uma investigação independente na federação de futebol e sobre a crise que enfrenta a seleção. Ontem, a ministra do Esporte da França, Roselyne Bachelot, deu a dimensão da crise e como o governo decidiu assumir o problema. "O governo francês não intervém no esporte, salvo em casos em que reputação do país inteiro esteja em jogo, como é o caso". Em reunião com os atletas, ela fez cobranças: "O segredo dessa partida não está na perna de vocês, está no coração e na alma. Por favor deem tudo".

Ao vivo

França x África do Sul, às 11 horas, na RPC TV, Band, SporTV e ESPN.