Antes mesmo de enfrentar a Coreia do Sul pelas oitavas de final da Copa do Mundo, a seleção uruguaia que está na África do Sul já cumpriu um primeiro desafio. Repleto de glórias nos primórdios da competição, o Uruguai vinha colecionando fracas campanhas nas últimas décadas.
A trajetória do time de Forlán, Suárez e Lugano é a melhor desde a Copa de 1970, quando perdeu para o Brasil nas semifinais por 3 a 1. Neste hiato de 40 anos, a Celeste se classificou para o Mundial apenas cinco vezes em dez oportunidades, e ganhou somente um jogo em doze disputados, em 1990, na Itália, justamente sobre os rivais deste sábado em Porto Elizabeth, às 11h.
Ou seja, antes de derrotar África do Sul e México em terras africanas, em menos de uma semana, o único triunfo desde o fim da Copa de 70, havia sido a vitória por 1 a 0 sobre os sul-coreanos no dia 21 de junho de 1990, em Udine, gol do atacante Fonseca, aos 45 minutos do segundo tempo.
Estes números ajudam a explicar o motivo de tanta festa dos uruguaios pela tranquila classificação. O jornal "El Observador", por exemplo estampou a manchete "Pare de sofrer", no dia seguinte da vitória por 1 a 0 sobre o México.
Diferentemente das últimas vezes que alcançou as oitavas de final, em 1986 e 1990, quando se classificou em terceiro no grupo e foi eliminado por Argentina e Itália, respectivamente; desta vez a história é outra.
Classificado em primeiro no Grupo A, o time dirigido por Oscar Tabárez tem um caminho sem bichos-papões pela frente, pois se vencer a Coreia do Sul, terá EUA ou Gana como rival por uma vaga às semifinais, fase atingida nos distantes anos de 1930, 1950, 1954 e 1970. É a tentativa de um resgate de uma seleção que só tem menos títulos que Brasil, Itália e Alemanha, e que em seus primeiros 12 jogos de Copa venceu dez e marcou 45 gols.