Carlos Alberto Parreira comparou a festa que os sul-africanos fizeram nesta quarta-feira para a seleção local à recepção que teve no Brasil em 1970 e 1994 nas conquistas das Copas do Mundo do México e dos Estados Unidos. A dois dias do início do Mundial, 850 mil pessoas foram às ruas de Sandton, a parte rica de Johannesburgo, dar apoio aos Bafana Bafana.
Desfile da seleção sul-africana
A festa, na verdade, foi no país inteiro. Milhares de sul-africanos saíram às ruas ao meio-dia (7h pelo horário de Brasília) para tocar as suas vuvuzelas, a tradicional corneta que é símbolo da torcida local. Mas o coração da comemoração foi Joanesburgo. Da sacada do seu quarto, no hotel onde a seleção está concentrada, Parreira viu os primeiros fãs se aglomerem. Aos poucos ia surgindo mais e mais gente. Da janela, o técnico acenava. Mais tarde, desceu ao lado de sete jogadores e foi desfilar em carro aberto pelas ruas próximas. Para delírio da multidão.
"Eu só vivi isso poucas vezes na minha vida. Em 1970 e 1994, quando voltamos para o Brasil como campeões do mundo (ele era preparador físico da seleção brasileira na Copa do México e técnico na Copa dos Estados Unidos). E quando fomos jogar no Haiti, em 2005 (numa missão da ONU)", disse Parreira, bastante emocionado.
Parreira negou que tivesse sido contra o desfile em carro aberto. Ele só não queria que o clamor popular com a presença do time fosse confundido com comemoração antes mesmo de a bola rolar.
"Fiquei muito emocionado. Vi pessoas de todas as cores, de todas as idades, gente chorando, famílias em cima dos prédios... Fomos às ruas para agradecer o apoio do povo. Hoje, a África do Sul mostrou que também é o país do futebol", completou Parreira.
Os Bafana Bafana voltam a treinar nesta tarde e a atividade deve ter a presença do presidente Jacob Zuma. Na quinta, a África do Sul treinará no Soccer City, palco da partida de abertura, sexta, diante do México.