A Fifa irá se manter atenta a qualquer novo sinal de interferência política no futebol nigeriano depois que uma disputa com o governo quase levou à suspensão da federação de futebol local, disse a entidade nesta terça-feira (6).
Na segunda-feira, a Fifa retirou a ameaça de impedir a Nigéria de participar de todas as atividades do organismo, incluindo o acesso a um fundo de 250 mil dólares, depois que o presidente Goodluck Jonathan reverteu uma proibição da seleção de participar de qualquer competição internacional durante dois anos como punição por seu mau desempenho na Copa do Mundo.
A decisão do mandatário, cancelada na véspera do prazo dado pela Fifa, ocorreu depois que a federação prometeu dissolver a seleção e reformá-la.
O porta-voz da Fifa Nicolas Maingot disse em entrevista coletiva nesta terça-feira que a Nigéria fez o que foi solicitado para evitar a suspensão.
"Mas, é claro, como é frequente nesses casos, estamos acompanhando a situação e continuaremos a monitorá-la", afirmou.
"Sempre é necessário evitar a interferência política... não estamos simplesmente mandando uma carta. O trabalho vai além disso", acrescentou.
O gesto de Jonathan foi uma reação ao descontentamento generalizado com a campanha medíocre do time, eliminado na fase de grupos do Mundial, mas a Fifa se opõe com veemência a qualquer interferência política e já suspendeu federações por essa razão.
A federação nigeriana demitiu seu dois principais dirigentes no esforço de fazer o presidente mudar de opinião, e "garantiu (ao presidente) seu comprometimento com um programa de desenvolvimento duradouro para criar uma nova seleção que trará glória, e não constrangimentos sucessivos, à Nigéria no palco mundial", informou um comunicado da Presidência.