Nem enclausuramento, nem liberdade total. A Espanha ficou no meio-termo da privacidade durante a Copa do Mundo. Influenciada pelo estilo boa-praça do técnico Vicente del Bosque, a Fúria liberou que seus atletas convivessem com os jornalistas fora das mesmices das entrevistas coletivas. A imprensa do país ibérico, muito forte no jornalismo esportivo, teve o direito de fazer entrevistas exclusivas com os jogadores mediante, claro, agendamento prévio. O mesmo não aconteceu em outras seleções, caso do Brasil.
Os atletas da Fúria costumam dar entrevistas coletivas no início da tarde, pelo horário sul-africano, em uma sala de imprensa da Universidade North-West, na cidade de Potchefstroom. Antes da conversa com jornalistas de todos os cantos do planeta, é comum ver boleiros trocando ideias com rádios, televisões e jornais da Espanha. Nesta segunda-feira, foi o caso do meia Iniesta, do atacante Pedro e de Del Bosque.
Os jornalistas que fazem a cobertura da participação de "La Roja" na Copa do Mundo agradecem. Neste domingo, eles chegaram a fazer uma homenagem a Del Bosque. O treinador ganhou uma bola jabulani com a assinatura e mensagens de carinho dos repórteres. É uma relação de respeito, quase de amizade. Mas com limites. É raro os treinamentos serem abertos. Os trabalhos mais táticos, com indicativos de time titular e estratégia de jogo, não têm acesso liberado à imprensa.
O elenco fica trancafiado na concentração, mas tem momentos de liberdade. No dia seguinte aos jogos, os atletas podem passear pela cidade, ver familiares que tenham viajado para a África do Sul, fazer o que bem entendem claro, dentro dos limites que uma Copa do Mundo exige. Os treinamentos, nesses dias, são programados para o início da noite, justamente para os jogadores poderem ter algumas horas de descanso ou diversão. Até agora, vem dando certo. Mesmo sem jogar tudo aquilo que se esperava dela, a Espanha está nas semifinais da Copa do Mundo. Duela com a Alemanha na quarta-feira, em Durban.
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