Argentinos festejam vitória sobre a Nigéria: gol de Heinze| Foto: Valterci Santos / Agência de Notícias Gazeta do Povo

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Gazeta 6 Estrelas: Informação sobre a Copa com sotaque paranaense

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À beira do campo, Diego Maradona seguiu o conselho das filhas e estreou como técnico em Copas do Mundo envergando um impecável terno cinza para enfrentar a Nigéria. Em volta dele, a torcida argentina deu um trato no visual do estádio Ellis Park e carregou suas bandeiras para as arquibancadas, como se estivesse na Bombonera. Dentro de campo, os comandados de Don Diego também jogaram como manda o figurino: Messi chamou a responsabilidade e fez o time jogar para frente. O placar de 1 a 0 não chegou a empolgar, mas deu para ficar bem na foto.

Cercado de expectativas antes da Copa, Messi foi o maestro da Argentina, mas não conseguiu vencer a batalha com o goleiro Enyeama, que fechou as portas para craque e foi escolhido pela Fifa como o melhor em campo. O gol dos hermanos saiu numa cabeçada de Heinze, aos seis minutos do primeiro tempo.

A Argentina volta aos gramados no dia 17, no Soccer City, para enfrentar a Coreia do Sul. No mesmo dia, a Nigéria pega a Grécia. Argentinos e sul-coreanos lideram o grupo B com três pontos cada. Gregos e nigerianos não pontuaram na primeira rodada.

O jogo

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Apesar de ficar no bairro de Hillbrow, com grande concentração de nigerianos, o Ellis Park ganhou ares de Bombonera antes da partida deste sábado. Os argentinos dividiram as arquibancadas meio a meio e, apesar do barulho das vuvuzelas, cantaram e balançaram suas bandeiras como se estivessem em casa.

Até as faixas em homenagem a Maradona estavam lá. A diferença é que, em Buenos Aires, o ídolo maior do país fica no camarote do estádio com a camisa do Boca Juniors. Desta vez, ele estava à beira do campo, com ares de professor, envergando um elegante terno cinza, a pedido das filhas. Antes de a bola rolar, ele foi até o limite da torcida e, de longe, mandou beijos para o neto. Ganhou o mimo de volta e, aí sim, estava pronto para o início da Copa do Mundo.

Dentro das quatro linhas, a Argentina de Maradona não demorou muito para mostrar seu cartão de visitas na África do Sul. Criticado por não brilhar tanto com a camisa da seleção como faz no Barcelona, Messi abriu os trabalhos logo aos cinco minutos, costurando entre quatro defensores nigerianos para deixar Higuaín na cara do gol. Na pequena área, o atacante do Real Madrid jogou a chance para fora.

Em seguida, começou o duelo entre Messi e o goleiro Enyeama. No primeiro round, o craque bateu de fora da área, mas não conseguiu vencer o rival, que espalmou para escanteio. Na cobrança de Verón, uma pausa no duelo: cabeçada certeira de Heinze e rede estufada pela primeira vez: Argentina 1 a 0. No agarra-agarra dentro da área, Samuel se encarregou de conter Obasi, e o lateral-esquerdo ficou livre para concluir. Odiah ainda tentou salvar embaixo da trave, mas o esforço foi inútil.

Quando a torcida explodiu nas arquibancadas do Ellis Park, Maradona virou para trás, apontou para os jogadores reservas e vibrou de forma intensa pela primeira vez na Copa. O domínio argentino continuou, mas Higuaín não conseguia esticar a euforia do comandante. Aos 21, ele recebeu lindo passe de Tevez e chutou em cima do goleiro.

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A Nigéria só assustou aos 27, quando Obasi aproveitou falha de Jonás Gutiérrez na marcação e, solto na área, mandou para fora. Era hora de retomar o duelo Messi x Enyeama. "A Pulga" quase marcou aos 36, quando deu um corte no zagueiro e, de perna esquerda, obrigou o goleiro a fazer a melhor defesa do primeiro tempo, de mão trocada, mandando a escanteio.

Verón ainda bateu uma falta por cima do travessão, e veio o intervalo. Antes da saída para o vestiário, os jogadores nigerianos se reuniram no meio do campo, em volta de Enyeama, ajoelhado. O ritual se repetiu na volta para o segundo tempo.

Segundo tempo

Mas quem voltou a assustar, claro, foi a Argentina. Logo aos três minutos, Messi desviou um cruzamento com o pé esquerdo e assustou. O técnico sueco Lars Lagerback tirou Obinna e mandou a campo Martins, que era titular da equipe. Obasi também saiu e deu lugar a Odemwingie. As mudanças surtiram efeitos, a Nigéria se engraçou, e a torcida veio junto, soprando as vuvuzelas com força.

A Argentina respondeu em dose dupla a partir dos 20 minutos. Primeiro, num contra-ataque de quatro contra dois, quando Messi recebeu passe de Tevez e bateu para fora. Logo depois, Higuaín chutou para mais uma defesa de Enyeama.

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Taiwo assustou os hermanos com uma bomba de fora da área aos 26 minutos. A bola passou raspando a trave de Romero, e o nigeriano sentiu uma lesão na perna esquerda. Foi o sinal para Maradona chamar Maxi Rodriguez e lançá-lo no lugar de Verón. Diego Milito também foi a campo, substituindo Higuaín aos 32.

Martins ainda deu outro susto em Romero, com um chute forte frontal que o goleiro rebateu. Mas a resposta de Messi foi imediata. O craque tabelou com Di Maria e saiu na cara de goleiro. Perdeu mais um round para Eyenama. Uche também desperdiçou cara a cara, e o jogo ficou aberto nos minutos finais.

Aos 41, Maradona recuou o time para garantir o resultado: Burdisso entrou no lugar de Di Maria. Àquela altura, a parada já estava decidida. Messi ainda teve a última chance, em mais uma tabela bem tramada com Milito, mas o zagueiro chegou a tempo de colocar para escanteio. Sem problemas. O craque já tinha feito o bastante para ficar bem na fotografia. Veja como foi a transmissão interativa da Gazeta do Povo!