Polêmica
Sneijder desmente revista
Segundo o meia Sneijder, a Torre de Babel na qual se transforma uma Copa do Mundo foi a culpada pela polêmica do dia. Em entrevista publicada pela revista holandesa Helden, ele aparece chamando Dunga e Maradona de idiotas pela forma como os técnicos de Brasil e Argentina se comportam à beira do gramado , e elogiando o estilo mais calmo de seu treinador na seleção, Bert van Marwijk. Rapidamente o jogador desmentiu as declarações, via assessoria de imprensa. Ele alegou "erro na transcrição e nas várias traduções".
O discurso editado pela revista foi o seguinte: "É agradável ter alguém no comando que transmite tranquilidade e não pânico. Mesmo com a desvantagem diante do Brasil, ele [Van Marwijk] se manteve calmo. Eu prefiro um treinador como Van Marwijk ao lado do campo a idiotas como Maradona e Dunga."
A única restrição de Sneijder foi à palavra idiotas. "Tenho grande respeito por ambos", garantiu em nota oficial.
A Holanda mudou. A constatação foi feita pelo maior jogador da história do país, Johan Cruyff. O ídolo anda meio de bico com a Laranja Mecânica mais mecânica do que nunca. Não critica abertamente, mas já deu a entender várias vezes nas entrelinhas não estar nada satisfeito com o futebol apresentado pelo time de Bert van Marwijk.
Questão de estilo. "Sempre coube a nós levar algo a mais ao Mundial", disse ele na mesma entrevista, publicada pelo jornal inglês Daily Mirror, na qual classificava o Chile como "o time mais vistoso" da Copa posto que, na sua visão, sempre pertenceu aos holandeses.
Van Marwijk foi questionado mais uma vez ontem a respeito das insinuações de Cruyff. Parou, respirou fundo, e saiu pela tangente. Preferiu não bater de frente, evitando polemizar antes do confronto semifinal de hoje, às 15h30 (de Brasília), contra o Uruguai.
"Cada um tem uma opinião, um conselho para me dar. Recebo vários. Cruyff também falou outras coisas, frases positivas. Vamos seguir o caminho que escolhemos", disse ele, um ex-atacante com passagem simbólica pela seleção disputou apenas um jogo, em 1975.
O caminho escolhido pelo atual técnico, e odiado por Cruyff, colocou uma pitada de pragmatismo em um time que já foi chamado de "carrossel holandês". O time segue ofensivo, muitas vezes atacando com quatro jogadores. Mas agora dá muito mais importância à marcação, como ficou evidente na vitória de virada sobre o Brasil.
A tática tem se mostrado infalível há dois anos. A Holanda não perde desde 6 de setembro de 2008. Na ocasião, foi batida pela Austrália, por 2 a 1, em um amistoso disputado em Eindhoven. A invencibilidade vai além. Única seleção a ganhar as cinco partidas na Copa, vem ostentando 100% de aproveitamento desde o início das Eliminatórias europeias o último time a conquistar o título mundial sem perder pontos entre a fase classificatória e o Mundial foi o Brasil de 1970.
Números que reforçam a confiança de que o país pode voltar a disputar uma final de Copa após 32 anos. "O importante neste momento é vencer. Se der para ser com um futebol bonito, tanto melhor", avisou o capitão Giovanni Van Bronckhorst, de 35 anos, que já anunciou a aposentadoria no próximo dia 11. "Sempre desejamos jogar um futebol como dos anos 70, mas desejamos mais ainda ganhar. Viemos para cá com o objetivo de ser campeões", emendou o lateral-esquerdo, ex-jogador de Barcelona e Arsenal, que estava no holandês Feyenoord. Cruyff não iria gostar de ouvir. Como não tem sentido prazer em ver a sua Holanda.
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