O atacante Diego Forlán, um dos principais destaques da seleção uruguaia na Copa do Mundo, chega ao hotel para a coletiva da equipe: Brasil como exemplo| Foto: Mariana Suarez/AFP

Euforia, não

O técnico holandês Bert Van Marwijk elegeu a euforia como maior rival na semifinal contra o Uruguai. "Depois de vencer o Brasil, o sentimento agora é de que perder para o Uruguai seria totalmente inaceitável e esse clima de francos favoritos é que temos de controlar", disse, pedindo para o time não subestimar os uruguaios. "Temos de ter cuidado. O Uruguai luta e sobrevive", completou. O time europeu vai a campo com um uniforme um pouco diferente amanhã, completamente alaranjado – inclusive o calção, que até então vinha sendo preto.

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Johannesburgo - A situação é no mínimo inusitada. Conhecido mundialmente pe­­la catimba de seus jogadores, o Uruguai desta vez se prepara para viver papel inverso. E garante es­­tar preparado para não entrar na provocação dos holandeses. Os europeus se vangloriam de terem desestabilizado emocionalmente o Brasil na partida que venceram por 2 a 1, na última sexta-feira, e já confirmaram que vão tentar fazer o mesmo contra os novos rivais sul-americanos, amanhã, na Cidade do Cabo. Pode ser perda de tempo.

O zagueiro Lugano, cuja escalação está em risco por conta da tor­­ção no joelho direito sofrida no jogo contra Gana, considera que um dos pontos fortes do Uru­­guai nesta Copa é justamente o equilíbrio emocional. "É um as­­pecto im­­portante e estamos de­­monstrando um equilíbrio muito grande para superar certos mo­­mentos das partidas", disse. Ele deu dois exemplos. "Contra a Coreia do Sul (oitavas de final), eles estavam melhor fisicamente, mas o Uru­­guai suportou com tran­­quilidade e um pouco de malandragem. Con­­tra Gana nem preciso falar".

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A Celeste segurou a correria sul-coreana truncando o jogo e venceu por 2 a 1. Contra Gana, errou muito e teve um pênalti contra si aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação. O ad­­versário desperdiçou e, na decisão por pênaltis, os sul-americanos tiveram frieza para converter as suas cobranças e avançar.

Lugano admite que a possibilidade de os holandeses tentarem enervar seus companheiros é gran­­­de. "O equilíbrio emocional vai ser muito importante, por tu­­do que se passa numa Copa do Mun­­do e porque a Holanda também tem jogadores que sabem procurar fazer algo mais do que jogar bom futebol".

Para o centroavante Sebastian Abreu, conhecido com "Loco Abreu", provocações serão bem assimiladas, assim como todas as dificuldades da partida. "O time está muito bem da cabeça", assegurou. Ele diz que essa "cabeça boa" será fundamental em outros aspectos. "Ajuda muito para do­­minar o cansaço. E chegar a uma semifinal de Mundial já é motivação suficiente para superar tudo".

A chave para derrubar a Ho­­landa e ir à decisão do Mundial é, para os uruguaios, fazer o que o Brasil fez no primeiro tempo do jogo contra os europeus. "O Brasil fez um primeiro tempo perfeito, é o que nós teremos de fazer taticamente. Do contrário, é impossível bater a Holanda", comentou Luga­­no. "A gente tem quase certeza de que vai fazer ao menos um gol. Então, é não tomar e ficar atento, para que a Holanda não surpreenda a gente como surpreendeu o Brasil", disse.

O atacante Cavani tem raciocínio idêntico. "Se jogarmos como o Brasil do primeiro tempo, teremos muita chance de vencer a Ho­­landa. Foi perfeito".

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Lugano tem chances remotas de jogar, mas vai fazer o possível. Ontem, disse ter corrido em linha reta sem sentir dor no joelho lesionado. "Não é muita coisa, mas é uma evolução favorável. Mas nu­­ma semifinal de Copa eu só vou jogar se estiver 100% em condições". Se ficar fora, Godin deve atuar na zaga com Vitorino e Cá­­ceres, provável ocupante do lugar do suspenso Fucile.