Enquanto a Copa da África do Sul vai chegando ao fim, o foco imediato do mundo do futebol se volta não para o próximo torneio, em 2014 no Brasil, mas sim para a escolha das sedes de 2018 e 2022.
A decisão será tomada em dezembro pelo poderoso comitê executivo da Fifa, com 24 membros. É a primeira vez que as sedes de duas Copas serão definidas simultaneamente, ao final de uma campanha relativamente breve e discreta. Há nove candidatos.
A Inglaterra é favorita para o torneio de 2018, apesar de uma recente trapalhada - o presidente da Associação de Futebol local, lorde Triesman, renunciou após acusar sem provas candidaturas rivais de tentarem subornar delegados.
A Rússia corre por fora, assim como os EUA, enquanto as candidaturas conjuntas de Bélgica e Holanda e de Portugal e Espanha enfrentam resistências da Fifa, que não gostou da experiência de organizar uma Copa em dois países, a de 2002, no Japão e Coreia do Sul.
Os dois países asiáticos, aliás, se candidataram novamente, desta vez em separado, para a Copa de 2022, junto com Austrália e Catar. Na terça-feira (6), a Federação Australiana de Futebol disse ter tomado medidas judiciais contra jornais que a acusaram de irregularidades, como ter oferecido presentes caros a funcionários da Fifa e suas esposas.
Rígidas regras impedem os países candidatos de fazerem campanha escancarada na África do Sul, mas na semana passada a Fifa levou os interessados para conhecerem as instalações e o comitê organizador local do atual torneio.
Discretamente, cada candidato usa as armas que têm. A Inglaterra colocou em campo os príncipes William e Harry, que na primeira semana da Copa foram os anfitriões de uma recepção em Johanesburgo - o que foi denunciado por candidaturas rivais.
Mais do que fazer relações públicas, o que importa para os países candidatos é agradar a Fifa nas intensas inspeções que começarão no final deste mês, quando especialistas vão se debruçar sobre as propostas de cada candidatura.
Depois que essas inspeções forem concluídas, em setembro, o comitê-executivo da Fifa irá receber uma avaliação das melhores candidaturas - mas nem sempre o país mais preparado vence a disputa. No final, os interesses políticos e pessoais do comitê executivo acabam se sobrepondo na hora da votação, marcada para 2 de dezembro em Zurique.
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