Sobrou festa, faltou futebol. Não é uma crítica ao empate sem gols entre Brasil e Portugal. É um resumo do que foi a torcida curitibana ontem na Boca Maldita.
Mesmo com as 364 polegadas do telão instalado em frente à Praça Osório, pouca gente conseguiu ver e ouvir o jogo. O que não diminuiu a animação do público, estimado em 10 mil pessoas pela Polícia Militar. Afinal, para muitos, mais valia a festa.
Um mar de verde e amarelo tomou conta de três quadras da Rua XV de Novembro. A bandeira brasileira estava nos broches e nas roupas. Verde e amarelo tingiram cabelos, pintaram faces e unhas, perucas, chapéus, acessórios e camisas.
As ensurdecedoras vuvuzelas tomaram conta do calçadão e soaram ainda mais forte nos ataques brasileiros e a cada cartão amarelo contra os lusos. Impossível fugir do barulho. A Boca Maldita ficou intransitável e valeu de tudo para conseguir a melhor visão: chegar duas horas antes do jogo, subir nos bancos... Vista privilegiada foi daqueles que conseguiram um espaço nas janelas do Edifício Garcez.
Bem diferente da situação da vendedora Cibele Caroline Padilha, 17 anos. Com 1,50 m de altura e a cerca de 30 metros de distância do telão, quase não viu o que se passou em campo, impedida por uma multidão mais alta que ela à sua frente. "Se sair gol, vou ficar sabendo pela comemoração dos outros", disse.
Os ambulantes tiveram sua festa à parte: mostraram agilidade para atravessar a torcida, vendendo toda sorte de produtos: camiseta, corneta, faixa, chapéu, cerveja, água, refrigerante, pipoca de micro-ondas e até caipirinha servida na bandeja.
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