Palermo, 36
Lembrado pelos brasileiros por ter perdido três pênaltis na mesma partida, em 1999, contra a Colômbia, o atacante Palermo é um dos xodós de Maradona. Maior artilheiro da história do Boca Juniors, ele entrou em campo para sua primeira Copa do Mundo aos 33 minutos do segundo tempo. Dez minutos mais tarde, o centroavante de 36 anos selou a vitória da Argentina sobre a Grécia com um belo chute de direita, seu "pé fraco". Após balançar a rede, foi agradecer com um abraço ao treinador. Poucos acreditavam no veterano jogador. "Isto é único, impagável. Sempre estarei agradecido a Diego e sua comissão técnica, que me mantiveram no grupo mesmo existindo tantos outros mais destacados do que eu. É uma alegria representar nosso país", falou, após o triunfo.
A Argentina não precisou de seus titulares para consolidar a classificação como líder disparada do grupo B da Copa da África do Sul. Maradona decidiu escalar sete reservas para o confronto com a tímida Grécia, confiante em uma vitória mesmo sem a boa atuação das partidas anteriores. Deu certo. No Estádio Peter Mokaba, em Polokwane, ganhou fácil por 2 a 0. "Não causamos problemas para a Argentina. Eles foram superiores, melhores e mereceram vencer", resumiu bem o técnico europeu, o alemão Otto Rehhagel. Pela terceira vez nesta Copa, os hermanos não foram verdadeiramente testados, principalmente na defesa.
Na próxima fase, os argentinos terão pela frente o México, equipe que eliminou na Copa de 2006 apenas na prorrogação. "Nós temos de estar preparados para o que vier. Agora é inevitável enfrentarmos grandes equipes, como o México. O bom é que reafirmamos o grupo. Temos de seguir na mesma sintonia", falou Verón.
Para Maradona, a tranquilidade com que o time alcançou a segunda fase do torneio serviu de desabafo mas sem aspereza no discurso. "Está demonstrado que todos estavam equivocados. Estamos cumprindo nosso dever, defendendo a camisa da Argentina. Os que estão aqui foram os mesmos que estavam nas Eliminatórias e podem jogar contra qualquer um", declarou Dieguito, recordando as críticas que a equipe recebeu na suada classificação para o Mundial na última rodada. Pensar no México? "Só amanhã [hoje]", garantiu.
O treinador, porém, não esqueceu de reclamar da arbitragem. Ele considerou o juiz muito complacente com a violência grega. "O famoso fair play não existe. Se toda hora que Messi pega na bola o derrubam, estamos jogando o quê? No terceiro que pega ele, o árbitro tem de dar amarelo", reclamou.
A grande preocupação para os bicampeões mundiais era mesmo a possibilidade de uma contusão de Messi. A classificação era certa, só faltava o aval da matemática. Em campo, a Grécia não esboçou reação. Fez 15 faltas, errou 48% dos passes e deixou Samaras sozinho na frente. O mistão reinou absoluto. Domingo, no Soccer City, contra o México, não será tão fácil.
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