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O meia Sneijder, considerado um dos grandes perigos da Laranja Mecânica pelos adversários da final, posa para foto ao lado de torcedores na África do Sul | Koen van Weel/ AFP
O meia Sneijder, considerado um dos grandes perigos da Laranja Mecânica pelos adversários da final, posa para foto ao lado de torcedores na África do Sul| Foto: Koen van Weel/ AFP

Van Persie é a aposta dos holandeses

O técnico Bert Van Marwijk tem uma aposta para a decisão: uma grande atuação do atacante Van Persie.

O jogador do Arsenal não se apresentou bem nos seis jogos do Mundial, mas goza de total confiança do treinador. "Tenho certeza de que ele fará uma grande partida. Trata-se de um jogador acima da média e vai demonstrar isso no momento em que mais iremos precisar dele."

Van Persie desembarcou na África do Sul pouco tempo depois de ter se recuperado de uma grave lesão no tornozelo. Após cinco meses de tratamento, em 26 de maio, ele ratificou sua recuperação, ao marcar os dois gols na vitória sobre o México, em amistoso disputado em Freiburg, na Alemanha.

No Mundial, após seis jogos como titular, Van Persie só marcou um gol, diante de Camarões, no terceiro jogo da primeira fase (triunfo holandês por 2 a 1) e foi escolhido o melhor em campo. Mas não encontrou mais o caminho das redes. Diante da Eslováquia, nas oitavas, chegou a reclamar de Marwijk ao ser substituído aos 35 minutos da etapa final. Cogitou-se que ele teria dito ao técnico para retirar o meia Sneijder, o mesmo com quem se desentendeu nas semifinais da Eurocopa de 2008.

"Não tenho nenhum problema com Sneijder. Apenas reclamei, mas isso é coisa que acontece", disse Van Persie. "Confio na palavra de Van Persie e tenho a certeza de que ele vai nos ajudar muito na decisão", afirmou Sneijder. Tudo em nome do título mundial.

Os cinco gols de Sneijder na Copa ligaram um sinal de alerta na Es­­panha. Ama­­nhã, quando a final começar, o holandês vai receber atenção especial no Soccer City.

Assim como a Alemanha, a Ho­­landa também aposta na ofensividade e tem como principal característica a força do seu meio de campo e ataque. Na semifinal, a Espa­­nha conseguiu anular o artilheiro Klose e dominou a partida com bastante toque de bola. Agora, tenta repetir o feito para buscar o inédito título.

Um dos goleadores do Mun­­dial, ao lado de Villa, com cinco gols, Sneijder é a maior preocupação dos espanhóis na final. O holandês tem sido destaque da sua seleção. "Ele é um grande jogador e tem de­­monstrado qualidade por todas as equipes que passou, como este ano na Inter (de Milão)", elogiou o vo­­lante Bus­­quets. "Tentaremos para-lo, assim como qualquer rival."

Busquets, que assumiu a vaga do brasileiro Marcos Sen­­na após a Eurocopa, está otimista com a força do grupo e acredita em mais uma boa atuação "Já tivemos de parar o Özil (na semifinal) e outros bons jogadores. Espe­­ra­­mos ter o mesmo resultado", declarou.

"Terei a ajuda de companheiros e estamos bem. Não teremos muito tempo para pensar [o que fa­­zer quando tiver a posse de bola], pois senão podemos nos complicar."

Os espanhóis sabem que não vão ter as mesmas facilidades que tiveram contra a Alemanha – a rival foi dominada e chegou poucas vezes ao ataque. O técnico Vi­­cente del Bosque, sem falar em um jogador específico, pediu respeito e cuidado com a Holanda. Princi­­palmente por ter eliminado os brasileiros nas quartas. "Sem desrespeitar os outros, o Brasil é sempre o favorito. E quem vence o Brasil merece toda a atenção."

O discurso é uma síntese do fu­­te­­bol da Fúria. O goleiro Casillas, por exemplo, bateu o recorde de minutos sem tomar gols no seu país (313) e David Villa – indicado como bola de ouro ao lado de Iniesta e Xavi – pode ser o artilheiro do Mundial. Assim mesmo, impera o lema da força coletiva.

Por isso até quem não entra em campo sabe da força holandesa. O volante Marchena, reserva, tentou resumir como o adversário joga. "É uma equipe completa. Eles defendem bem, têm um meio de campo com bons jogadores e um contra-ataque mortal."

Além do trabalho em campo, os espanhóis têm passado algumas horas na sala de aula – literalmente, já que estão instalados na Uni­­ver­­sidade Nort West, em Potchefs­­troom. Del Bosque se utiliza da gravação dos jogos da Holanda para mostrar a seus atletas o estilo da rival. A poucas horas da partida mais importante de sua história, a Fúria se diz pronta para levantar a taça Fifa pela primeira vez. "Nossa seleção já alcançou um grande nível, mas o melhor está por vir", apontou Busquets.

A Holanda pode se tornar, no Estádio Soccer City, em Johan­­nesburgo, a quarta seleção a conquistar uma Copa só com vitórias. Antes, apenas o Brasil, por duas vezes (1970 e 2002), e a Itália (1938) obtiveram 100% de aproveitamento em um Mundial.

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