O crescimento das exportações do vinho sul-africano fez com que a uva produzida no país da Copa sofresse uma comparação no mínimo curiosa com uma das maiores atrações turísticas do país: os animais selvagens.
Em algumas vinícolas é possível se fazer um safári de jipe pelos imensos campos de plantação de uvas onde, olhando para videiras praticamente iguais, descobre-se a semelhança entre bichos e uvas.
No Big Five do vinho, a rainha cabernet sauvignon é comparada ao leão por sua excelência. Ela é a mais produzida no país (5,1%).
O elefante, aqui, é a cabernet franc.
"O animal tem uma memória invejável. E quando você tomar esse vinho não esquecerá mais dele", avisa o guia Keurapetse Puemelo Johannes, ou apenas KPJ.
Segue ainda a merlot, o leopardo desse safári por ser considerada tímida ao primeiro cheiro. Pelo motivo oposto, o rinoceronte da visita é a sauvignon blanc. Por último, a pinotage, espécie exclusiva do país, é comparada ao búfalo por sua textura marcante a uva é o cruzamento híbrido da pino noir com a hermitage, como é conhecida a cinsaut por aqui, descoberta em 1921.
Falando assim, pode parecer grego até para quem está começando a se iniciar no mundo dos vinhos. E é mesmo. Talvez só ficasse mais fácil se todos pudessem acompanhar a degustação guiada que se seguiu na vinícola Warwick Estate, uma das mais conhecidas da região de Stellenbosch (onde estão concentradas as melhores vinícolas sul-africanas). Ela faz parte do conhecido caminho do vinho, a 45 quilômetros da Cidade do Cabo.
Mas, sem a prática, basta dizer que, por aqui, um vinho de boa qualidade, que custaria mais de R$ 100 em um supermercado ou loja especializada de Curitiba, sai por volta de R$ 20. E se compararmos restaurantes, a diferença seria ainda maior.
O grande problema, no entanto, é encontrar a bebida sul-africana no Brasil. As exportações de vinho no país da Copa giram em torno dos R$ 7 bilhões por ano. Mas desse total apenas R$ 200 milhões vêm do mercado brasileiro que ainda concentra a maior parte de suas importações na América do Sul.
Mas o vinho da África do Sul corresponde a 3% da produção do mundo. É o nono no ranking global. Em apenas 15 anos, aumentou em 700% as vendas para fora. E no Reino Unido, por exemplo, já tem um mercado maior do que o tradicional vinho francês.
Esse desempenho fez o Brasil tentar aprender o segredo dos sul-africanos. Há duas semanas, a embaixada brasileira conta com um adido agrícola na África do Sul com a missão de estabelecer acordos para desenvolver a tecnologia de produção do vinho.
Mas vai uma dica. Se você está apenas no início desta viagem gustativa, escolha vinhos mais novos. São os mais fáceis, o que não é demérito.
"Os vintages (que também significa ter a capacidade de envelhecer na garrafa) são mais complexos. É necessário mais experiência para apreciar melhor", explica o responsável pela vinícola, James Dare. Ano que vem, ele promete ir ao Brasil para colocar o seu vinho no mercado.
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