A má fase de Kaká, os problemas pessoais de Adriano Imperador, a falta de criatividade do meio de campo da seleção brasileira aumentam a cada dia o clamor popular por Neymar, atacante do Santos.
Enquanto o técnico Dunga faz mistério e evita comentar as atuações do garoto da Vila, a reportagem coletou opiniões sobre o impasse. A lista final do treinador será revelada dia 11 de maio, no Rio.
A maioria dos entrevistados endossa a importância da "promessa" para o time que buscará o hexa na África do Sul. O nome do santista é praticamente uma unanimidade.
"É o futebol alegre, competente e goleador... A seleção é para os melhores, por isso ele merece estar lá", diz o comentarista da rádio Transamérica e colunista da Gazeta do Povo Aírton Cordeiro.
"Ele poderia ficar como um elemento-surpresa. Assim como foi o Bismark, em 1990, na Itália, e o Ronaldo, em 1994, nos EUA. Eles não jogaram, mas sentiram o clima de estar no grupo. Isso é muito importante", emenda Édson Militão, comentarista do canal Premiere Futebol Clube.
Porém a passagem de Dunga pela seleção brasileira tem sido marcada pela manutenção de uma espécie de "grupo de confiança", formado por jogadores que ajudaram o treinador a conquistar os títulos da Copa América e Copa das Confederações.
Neste bolo aparece Robinho, companheiro de Neymar no Peixe. Mesmo assim, segundo o jornalista da rádio CBN e Gazeta do Povo Carneiro Neto, o treinador precisa mudar esse pensamento para não colocar a disputa da taça em risco. "Só se o Dunga quiser um time de amigos, ele não levará o Neymar", fala.
Uma coisa é certa: Dunga tem privilegiado jogadores que estão com ele desde o início do trabalho em 2006, após o fracasso na Copa da Alemanha. Exemplo disso é o goleiro Doni, apenas reserva de Júlio Sérgio na Roma, mas presença constante nas convocações. Por isso, Neymar pode ter perdido o passaporte para o Mundial. "O Dunga perdeu a chance de convocá-lo no amistoso contra a Irlanda, era a chance de saber como ele se comportaria", analisa o jornalista Lycio Vellozo Ribas, autor do livro O Mundo das Copas, pela editora Lua de Papel.
Na carona do atacante, ganha espaço outra aposta do Peixe, principalmente por causa da duvidosa condição física de Kaká.
"Eu levaria o Neymar, mas levaria mesmo o (Paulo Henrique) Ganso. Este sim poderia fazer uma baita diferença", completa o chamado Capitão Hidalgo, comentarista do programa Show de Bola, da Rede Massa, e radialista da Brasil Sul. Ganso tem sido um dos principais destaques do time comandado por Dorival Júnior e já foi convocado para as seleções de base do Brasil.
"Robinho, Neymar e Ganso estão entrosados e isso é importante em um torneio de tiro curto como é a Copa. No entanto, acho que o Dunga vai fazer o mesmo que o Parreira em 1994. Ele se comprometeu com o grupo que garantiu o emprego dele na época e não teve surpresas na convocação", prevê Linhares Júnior, narrador do SporTV e colunista da Gazeta.
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Interatividade
É justo Dunga não levar Neymar (e/ou Ganso) à Copa somente por fidelidade aos jogadores que o seguem desde 2006?
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