Recomendações
Para evitar que uma partida de Copa do Mundo provoque emoções indesejadas, é bom estar atento aos seguintes passos:
- Primeiramente, é importante que o torcedor conheça bem o seu organismo.
- Caso o torcedor seja hipertenso ou tenha histórico de problema de coração, manter a medicação atualizada e conversar com o cardiologista para, se for o caso, adiantar a ingestão dos remédios para antes dos jogos.
- Não abusar da bebida alcoólica.
- Evitar o consumo excessivo de sal (churrasco).
"É teste pra cardíaco, amigo!". Em tempo de Copa do Mundo, muita gente leva a sério o bordão do locutor oficial (e mais criticado) do Brasil. A tal ponto de, neste ano, a Sociedade Brasileira de Cardiologia promover um estudo durante o Mundial da África do Sul para checar a influência das partidas na saúde do coração dos espectadores.
A partir da estreia do Brasil em solo africano, nesta terça-feira, diante da Coreia do Norte, e enquanto durar a participação da equipe do técnico Dunga, 17 hospitais de diversas cidades brasileiras (Curitiba entre elas) serão monitorados os nomes dos hospitais são mantidos em sigilo pela organização, para não prejudicar a verificação.
Serão registradas todas as ocorrências de derrame cerebral, crises de pressão, infarto ou angina e arritmia de todos os tipos em torcedores. Desde que, naturalmente, tenham tido relação com os compromissos da seleção canarinho na competição. Devem ser colhidos registros de cinco mil pacientes.
A iniciativa surgiu em um bate-papo de bar do cardiologista Nabil Ghorayeb, 63 anos. "Estava conversando com um amigo meu e comentamos esse tipo de coisa. Que na Copa de 94 aumentou o número de ocorrências de problemas no coração, durante a Guerra do Golfo, o bombardeio no Líbano. Mas nada disso foi apurado cientificamente", diz o especialista em cardiologia de atletas.
Na última Copa, na Alemanha, em 2006, pesquisadores da Universidade de Ludwig-Maximilians comprovaram em trabalho que o risco de um ataque cardíaco em homens foi três vezes maior nos dias de jogos da seleção local.
O motivo de toda a preocupação é o seguinte: "Com a adrenalina de uma boa disputa de futebol, os batimentos do coração aumentam e isso favorece a constrição dos vasos, elevando a pressão arterial e o risco de arritmia e infarto", afirma Ghorayeb.
Receio importante, mas que não pode ser encarado como alarmismo. "Não é uma preocupação para um indivíduo normal, saudável. Mas sim para quem já tem alguma pré-disposição. Estes devem tomar precauções antes dos jogos, para não serem surpreendidos por uma crise", afirma o cardiologista Costantino Costantini.
É o caso do aposentado Osírio Jaques, 68 anos, um acidente vascular cerebral, cinco infartos e a recomendação por parte de sua cardiologista de não assistir aos jogos de futebol. E que, apesar de todas as contraindicações, vai para a frente da telinha nesta tarde.
"Ela (a médica) me pediu para não acompanhar, principalmente, os jogos do Atlético. Isso eu não tenho feito mais. Mas na Copa eu vou assistir normalmente, e se sentir que estou ficando muito emocionado eu paro", declara Jaques, que sofreu o último infarto há 2 anos.
Boa notícia
Como alento para a turma do "haaaaja coração!", o fato de a equipe de Dunga estar, pelo menos até o momento, longe de empolgar. "Acho que vai ser um jogo mais para dormir do que qualquer outra coisa", aposta o torcedor. "Até agora essa seleção não causou nada. A depressão e a frustração é sempre maior quando a expectativa é grande", conta Ghorayeb.
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