História
Dia do Massacre do Soweto
Folhapress
O jogo desta quarta-feira, frente aos uruguaios, ocorre em uma data histórica para os sul-africanos. Em 16 de junho de 1976, milhares de estudantes do bairro pobre de Soweto realizaram uma manifestação contra o governo, que obrigava as escolas a darem aulas em africâner, idioma oficial do regime do apartheid e que tinha como base o holandês e o inglês.
O protesto teve desfecho trágico, com a repressão violenta de policiais e a morte de dezenas de jovens. O ato, que ficou conhecido como o Massacre de Soweto, é considerado um marco na luta contra a segregação racial no país.
A vitória hoje terá uma simbologia ainda maior para os anfitriões do Mundial. Jogar pela pátria é o mote da delegação sul-africana. Empolgado com o time, Pienaar mostra confiança: "Nós só podemos ficar melhor a partir de agora".
Depois de dois empates na estreia, o grupo A abre hoje sua segunda rodada com África do Sul e Uruguai, às 15h30, no Estádio Loftus Versfeld, em Pretória. O pontinho somado na sexta-feira passada foi considerado bom por ambas as equipes, mas a ambição de passar para as oitavas de final exige melhor resultado agora. A chave vem cumprindo o que se esperava dela: é uma das mais equilibradas da competição.
Para os sul-africanos, a impressão deixada contra o México, mesmo cedendo o empate na metade final do segundo tempo, foi boa. Sobra confiança. "Temos duas partidas ainda, e ambas são muito importantes. Respeitamos as duas seleções, mas sabemos que podemos derrotá-las", falou o goleiro Khume, logo apoiado pelo meia Tshabalala, autor do golaço que balançou as redes pela primeira vez no Mundial.
"O Uruguai terá problemas se continuarmos de onde paramos contra os mexicanos", disse o herói sul-africano. "Uma vitória contra o Uruguai vai praticamente selar nossa passagem para a segunda fase e deixar a nação ainda mais orgulhosa", complementou. A África tem ainda sob os ombros a pressão de não ser a primeira dona da casa a ser eliminada na primeira fase.
O técnico Carlos Alberto Parreira deve realizar apenas uma alteração em relação à formação que começou jogando contra o México. Tsepo Masilela, que entrou no segundo tempo, deve ser mantido no lugar de Lucas Thwala.
No Uruguai, o técnico Oscar Tabárez não gostou do rendimento da equipe e estuda mudanças. Ele deverá escalar Forlán, Edinson Cavani e Luis Suarez no ataque, com o primeiro mais recuado. Caso a alteração se confirme, Ignacio González vai para o banco de reservas. Na defesa, o zagueiro Victorino poderá dar lugar a Jorge Fucile.
O descontentamento com o desempenho não contagiou toda a seleção uruguaia. O volante Diego Pérez preferiu destacar o bom resultado. "Uma primeira partida na Copa do Mundo é sempre difícil, especialmente contra uma equipe com muito mais experiência do que a nossa", analisou, esperando um duelo complicado hoje contra os anfitriões, justamente por se tratar do time da casa.
Pérez também aproveitou para reclamar. Segundo ele, só se fala na garra uruguaia. O time, diz, tem talento também. "Quando se joga com Diego Forlán, Luis Suárez ou Ignacio González, e com laterais da qualidade dos nossos, não há como ser mais técnico. Mas, mesmo assim, ainda escutamos sempre comentários sobre a nossa agressividade", falou.
Ao vivo
África do Sul x Uruguai, às 15h30, na RPC TV, Band, BandSports, SporTV e ESPN Brasil.
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