Principal atacante de Parreira corre risco de corte por excesso de peso

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Quatro anos depois Carlos Alberto Parreira se vê de novo obrigado a falar dos quilos a mais de um de seus principais jogadores. Se em 2006 o claro excesso de peso de Ronaldo e Adriano era assunto obrigatório nas coletivas do treinador, em 2010 o tema voltou à pauta, desta vez por causa de Benni McCarthy. Proporcionalmente, o atacante sul-africano tem, para a sua seleção, importância equivalente às que tinham Ronaldo e Adriano para o Brasil. É o maior artilheiro da história dos Bafana Bafana, com 35 gols.

Já poderia se considerar titular absoluto na Copa não fosse sua péssima forma física. De estrela do time, pode até ser cortado do Mundial, como adiantou o preparador-físico Francisco Gonzalez.

"Ele está acima do peso, com percentual de gordura alto e em um estágio físico inferior em relação ao resto do grupo. Já começamos um trabalho específico com ele desde a semana passada, agora se vai dar tempo para o McCarthy jogar a Copa só o Parreira pode dizer. O que adianta ter um atleta sem condições físicas que não pode ser útil ao treinador? Para ir à Copa é preciso estar bem técnica e fisicamente. Hoje ele não tem condições de jogar", afirmou González, que preferiu não revelar qual é a diferença entre o peso atual e o peso ideal do atacante.

O cronômetro de McCarthy está correndo e zera em 1º de junho, quando todas as seleções precisam informar à Fifa seus 23 jogadores dentro do grupo de 30 convocados. Parreira já avisou que não pretende utilizá-lo no próximo amistoso, dia 24, contra a Bulgária. Na melhor das hipóteses, o atacante estará à disposição no jogo seguinte, contra a Colômbia, dia 27.

Na semana passada, o treinador deu um puxão de orelhas público em McCarthy.

"Nós vamos oferecer todo o apoio para que ele entre em forma, mas não depende só da comissão técnica, depende dele também. Hoje ele não está nas suas condições ideais e só vamos lançar o McCarthy se ele puder nos ajudar", avisou.

Em janeiro, McCarthy, de 32 anos, transferiu-se do Blackburn para o West Ham, ambos da Inglaterra, sob a justificativa de ganhar mais ritmo de jogo antes do Mundial. Mas tal como no clube anterior, no West Ham ele praticamente não jogou. Fez apenas cinco partidas no ano, duas como titular. Mesmo assim foi convocado porque trata-se de uma peça-chave na equipe que Parreira pretende escalar na estreia da Copa, contra o México, em 11 de junho. A ideia do treinador é ter três meias ofensivos (Pienaar, Modise e Tshabalala) com McCarthy como referência na frente.

Neste fim de semana o jogador viajou com a delegação para Nelspruit, onde a África do Sul goleou a Tailândia por 4 a 0 em amistoso. Ele treinou no sábado e participou do aquecimento para a partida, no domingo. Mostrou bom humor, sorriu, brincou com os companheiros, mas exibiu uma barriga incompatível para alguém que tem uma Copa a jogar em menos de um mês.