Clima
Astros do rúgbi ajudam a convocar a torcida para o futebol
Da Redação, com agências
Enquanto os turistas não chegam, os responsáveis pelo marketing do governo sul-africano tentam todas as artimanhas possíveis para empolgar a própria população. Nos outdoors, é possível notar que o futebol ainda está bem atrás do rúgbi em popularidade no país. Muitos dos cartazes promocionais da Copa destacam craques do esporte da bola oval convocando o público para os jogos do Mundial da bola redonda.
Nem o técnico Carlos Alberto Parreira, comandante da seleção local, que está em sua sexta participação em Mundiais e tem na bagagem a conquista do título de 1994, pelo Brasil, ganhou um espaço na mídia para tentar convencer os sul-africanos a comprar ingressos. A preferência para a propaganda são os astros internacionais, como o brasileiro Kaká, o português Cristiano Ronaldo, o argentino Lionel Messi e até o inglês David Beckham, que, recuperando-se de cirurgia, não poderá defender o English Team.
Sem um grande nome no futebol mundial na seleção, os publicitários sul-africanos preferiram anônimos representando torcedores do país, destacando a paixão do povo pelo futebol, coisa que, pelo visto, não possui de fato tamanha proporção.
Mesmo assim, é possível notar a cada dia o aumento do número de bandeiras dos países expostas nos carros e nas varandas das casas e prédios em Johannesburgo, mostrando que o clima da Copa do Mundo está esquentando a pouco mais de uma semana do início da competição.
Na edição de ontem, o jornal Soccer se esforçou para chamar a atenção com frases de impacto de alguns jogadores importantes do time de Parreira. "Eu acredito que podemos ganhar a Copa do Mundo", exagerou o zagueiro Aaron Mokoena. O meia Siphiwe Tshabalala não ficou atrás: "Não podemos nos contentar em sermos apenas coadjuvantes."
Ainda não é tarefa fácil encontrar turistas em grande quantidade na África do Sul. Mas esse é apenas um dos motivos para considerar raro ver personagens como Kike, Tshilo e Gabriela caminhando no shopping center localizado na Mandela Square, em Johannesburgo.
Mais curioso é saber que os três são peruanos país que nem está na Copa , mas moram no Arizona, EUA. E encontrar o primeiro com a camisa 10 da seleção brasileira, com o nome de Kaká, o segundo procurando ingressos para ver a Argentina e ela adicionando "Joburgo" à lista de cidades visitadas. A coleção de Gabriela, aliás, inclui Curitiba. "Fui lá faz dois anos. Fiquei uns dias e gostei", conta.
No papel, talvez por virem dos Estados Unidos, a conta não ficará tão grande: US$ 2 mil (cerca de R$ 3,6 mil) por pessoa, por uma estada de três semanas. E a final da Copa? "Não tem problema, depois vamos fazer um tour pelo resto do continente", revela Tshilo.
Figuras como eles, no entanto, tendem a ser exceção nesta Copa. Aventureiros que pretendem aproveitar um pouco mais do país-sede do que apenas os jogos são a grande baixa na previsão inicial. Embora as estimativas oficiais não apontem para um evento esvaziado, a ausência de visitantes "alternativos" é a justificativa para o governo sul-africano e organizações ligadas ao turismo aceitarem o fato de que o torneio não deve receber o mesmo fluxo de outros Mundiais.
Os motivos seriam recessão econômica, passagens caras e inflexibilidade da maioria dos prestadores de serviços que preferiram fazer contratos de 30 dias ao risco do "pinga-pinga". Tais fatores derrubaram a estimativa da visita de estrangeiros em 30% no panorama divulgado há três dias.
De acordo com órgãos locais, a diferença abrange pessoas com objetivos bem semelhantes ao do trio peruano: que aproveitaria a festa para conhecer outras partes da África do Sul. "Sob um clima econômico diferente, a demanda deveria se estender para áreas fora das cidades anfitriãs", justificaram, em conjunto, a Federação de Hotéis da África do Sul e a Associação de Serviços de Turismo, na segunda-feira o número de interessados apenas no programa oficial não sofreu alterações significativas.
Até maio, o governo anfitrião esperava manter a média de visitas dos Mundiais recentes, e sempre trabalhou com um número expressivo: 450 mil visitantes. Porém, um pouco sem jeito, o ministro do Turismo, Marthinus van Schalkwyk, teve de refazer as contas e admitir que já estará bom se a competição atrair 300 mil pessoas.
Com exceção da Alemanha, invadida por 2 milhões de turistas em 2006, principalmente por sua localização no centro da Europa, as Copas recentes mantiveram uma média parecida. Em 1994, nos Estados Unidos, foram registrados 400 mil turistas; na França, em 1998, 500 mil; no Japão, em 2002, 400 mil.
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