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Treino da remontada seleção alemã em Pretória: time teve de superar uma série de percalços às vésperas da Copa do Mundo para montar uma equipe competitiva. Nem mesmo os torcedores acreditavam no grupo antes do Mundial | Ina Fassbender/ Reuters
Treino da remontada seleção alemã em Pretória: time teve de superar uma série de percalços às vésperas da Copa do Mundo para montar uma equipe competitiva. Nem mesmo os torcedores acreditavam no grupo antes do Mundial| Foto: Ina Fassbender/ Reuters

Vingança deixa germânicos mais entusiasmados

Agência Estado

A delegação da seleção da Ale­­ma­­nha resolveu trocar o politicamente correto pela sinceridade. Jo­­ga­­dores e o técnico Joachim Löw ad­­mitiram ontem que o jogo com a Espanha é encarado como a chan­­ce de vingar a derrota (1 a 0) na fi­­nal da Eurocopa 2008, mesmo ad­­mitindo que a rival era su­­perior naquele momento e continua sendo.

"Claro que pensamos em nos vingar. Aquela derrota causou mui­­ta frustração. Não se pode ne­­gar que estamos mais fortes hoje", afirmou Schweinsteiger.

"Para mim, a Espanha é a favorita ao título", acrescentou Löw. "É impressionante o comportamento da equipe, sua constância nos últimos dois ou três anos. Es­­tão sempre jogando em alto ní­­vel", continuou ele, que define a oponente como um time com vários "Messis".

  • Veja como os principais jogadores da alemanha conquistaram a vaga

Após perder o título da Eurocopa em 2008 para a Espanha (1 a 0), adversária de amanhã pela semifinal da Co­­pa do Mundo, a Alemanha re­­formulou-se. Porém, pouco tempo antes do Mundial, diversas contusões e contratempos obrigaram o técnico Joachim Löw a mudar ainda mais radicalmente a equipe. Re­­ceita de um fracasso anunciado que acabou se transformando em sensação na África do Sul.

O maior problema do treinador começou no gol. Após a derrota pa­­ra a Fúria, Lehmann foi substituído por Robert Enke. O escolhido, po­­rém, morreu em 2009. Diante disso, Löw optou por Rene Adler, do Bayer Leverkusen. O então novo arqueiro foi cortado em maio para fazer uma cirurgia na costela. A vaga caiu no colo de Neuer, de apenas 24 anos, do Schalke 04.

Segundo o lateral-direito paranaense Rafinha, os contratempos acabaram sendo a realização do companheiro de time. "O Neuer ficou muito contente com a convocação, era o sonho dele participar de uma Copa. Ainda mais como ti­­tular", destacou. No país, Neuer tinha fama de pouco confiável.

Na defesa, o treinador colocou Badstuber e agora Jerome Boateng na lateral-esquerda. Lahm, que ocupava a posição na Eurocopa, foi parar na direita, no lugar de Frie­­drich, que se fixou como zagueiro ao lado de Merte­sacker. Parte das alterações que deixaram os torcedores preocupados, como destaca Ra­­fi­­nha. "Os próprios alemães não achavam que o time iria tão longe", relatou.

No meio, Ballack, até então o principal jogador da equipe, foi cortado com uma lesão no tornozelo. Abrindo uma vaga e com a adoção de um novo esquema tático, mais ofensivo, Özil, um desconhecido atleta do Werder Bre­­men, ganhou uma chance. E se firmou.

Schweinsteiger foi o único meia mantido da Euro­­co­­pa, mas recuado para vo­­lante. O treinador teve ainda de apostar no jovem Khe­­dira, de 23 anos, para suprir a ausência de Simon Rolfes, o lesio­­na­­do capitão do Bayer Leverkusen.

Mas o caso mais impressionante acabou sendo o de Mül­­ler, de 20 anos. Recém-pro­­fis­­sio­­nalizado pelo Bayern de Mu­­ni­­que, o meia-atacante só estreou na seleção no amistoso contra a Argen­­ti­­na, no dia 3 de março. Na ocasião, o técnico Maradona o confundiu com um gandula. Quatro meses depois, tem quatro gols no Mun­­dial e deve ser a revelação do torneio.

Na frente, Podolski foi mantido, mesmo após retornar ao pe­­queno Colônia, sem destaque. Mas o problema era o camisa 9. O atacante brasileiro naturalizado alemão Kuranyi era o mais cotado, mas, em outubro de 2008, em um jogo contra a Rús­­sia, abandonou o estádio ao saber que não seria escalado. Virou inimigo do treinador.Melhor para Klose, que tinha feito apenas três gols na liga alemã como reserva do Bayern.

Mesmo com um goleiro novo, uma defesa reformulada, um meio chamado de última hora e um atacante desacreditado, a Alemanha chegou à semifinal de modo convincente. Para Rafinha, é o resultado do estilo do povo germânico. "A seleção teve muitos problemas, com baixas importantes que deixaram o time triste e desfalcado", afir­­mou. "Eles viram que estavam sem estrelas e mostraram que eram capazes de fazer um bom Mundial. O alemão é muito trabalhador e disciplinado".

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