Antes da divulgação dos 23 convocados de Dunga, havia em Roberto Carlos um fio de esperança de disputar a terceira do Copa do Mundo da carreira, na África do Sul. Pentacampeão com a seleção brasileira em 2002, o lateral-esquerdo do Corinthians se considerava útil para ajudar, aos 37 anos. Chegou a dizer que aceitaria até ficar no banco de reservas.

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Nesse domingo, após a vitória sobre o Grêmio, em Porto Alegre, pelo Brasileirão, disse que aprovou as escolhas do treinador, mas teme que a ausência de jogadores experientes comprometa o trabalho. Além de Roberto, Ronaldo, de 33 anos, e Ronaldinho Gaúcho, de 30, também presentes no penta, ficaram fora da lista. O meia do Milan-ITA está entre os sete suplentes que o técnico deixou de prontidão.

"O Brasil sempre é favorito. Minha preocupação é que o time é muito jovem. Um jogador tem quatro convocações, outro tem dez convocações, e o Grafite tem cinco minutos de seleção. Ou seja, essa é minha maior preocupação. Em nomes, a seleção está bem. É um time forte para pelo menos fazer uma ótima Copa do Mundo. Vou estar torcendo. Claro que nós gostaríamos que alguns nomes estivessem lá , mas o Dunga é o treinador, temos que aplaudir e desejar sorte", analisou.

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Um dado, no entanto, enfraquece a tese de Roberto Carlos. A média de idade do atual grupo é um pouco superior em relação ao que foi à Alemanha, em 2006 (passou de 28,2 para 28,7). É a equipe brasileira mais velha da história dos Mundiais. O "vovô" da turma é o lateral-esquerdo Gilberto, do Cruzeiro, com 34 anos. O mais novo é o meio-campista Ramires, do Benfica-POR, com 23.

Dos convocados por Dunga, o zagueiro Lúcio, do Inter de Milão-ITA, e o volante o Gilberto Silva, do Panathinaikos-GRE, são os que mais atuaram. Lúcio, 32 anos, tem 117 convocações e Gilberto Silva, de 33, tem 110. Ambos participaram de 91 partidas e venceram em 2002.

Sobre a lateral esquerda, Roberto Carlos não vê problemas no setor. Além de Gilberto, Michel Bastos, do Lyon-FRA, foi chamado. Os dois exercem outras funções em seus clubes. O jogador do Timão dá a entender que escolheria um outro nome.

"A lateral está bem. O Michel já estava jogando, é mais um atacante pela direita no Lyon. E o Gilberto (é meia no Cruzeiro) já tem experiência de Copa, foi comigo na última (Alemanha), jogou muito bem contra o Japão. Tem o Marcelo, do Real Madrid, muito bem, mas é opção do treinador. Se tiver qualquer probleminha, a seleção estará bem servida", comentou o corintiano, lembrando que Marcelo está na lista de espera de Dunga.

Roberto prevê uma Copa marcada pelo equilíbrio. Acredita que o Brasil vai se classificar com tranquilidade para a segunda fase, mas alerta sobre concorrentes muito fortes.

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"Minha preocupação maior é o mata-mata. O Brasil passa fácil da primeira fase. Quanto a isso, não tenha dúvida. O mata-mata é complicado, com pouco tempo de recuperação, alguns cartões, alguém sempre se machuca. Desejo muita sorte, mas vai ser uma Copa do Mundo igual. A Inglaterra está muito bem com o (Fabio) Capello, um treinador de alto nível. A Espanha está jogando um bom futebol, a Itália é a atual campeã, a Argentina, depois de tudo que sofreu, todo mundo espera que faça uma boa Copa do Mundo. E o Brasil está entre as favoritos", afirmou.

Sobre Kaká, que teve a temporada comprometida por problemas físicos no Real Madrid, o camisa 6 do Timão demonstra confiança. Para Roberto, o camisa 10 da seleção brasileira não é motivo de preocução.

"Nada. Kaká é um ótimo jogador. Falei com ele semana passada. Está se recuperando bem da pubalgia que ele tinha para chegar na Copa jogando um bom futebol", comentou.