Paranaenses
Estado deve ter dois convocados
Caso Dunga mantenha a coerência que vem caracterizando sua passagem pela seleção brasileira, o estado do Paraná terá dois representantes na África do Sul. Nilmar, 25 anos, de Bandeirantes (Norte Pioneiro), é nome certo entre os quatro atacantes que serão chamados hoje. Já o volante Kléberson, de Uraí (Norte), depois de voltar a jogar bem pelo Flamengo, voltou a ganhar destaque nas bolsas de apostas. Revelado pelo Atlético, o Xaropinho tem experiência em Copas. Foi pentacampeão em 2002 no time de Luiz Felipe Scolari. "Só me resta esperar. Estou tranquilo, feliz e à disposição", disse ele, em entrevista recente à Gazeta do Povo. "Se eu for convocado será pela minha competência, pelo meu trabalho e por tudo que eu fiz com o Dunga. É isso que vai me levar para a seleção", emendou o jogador de 30 anos.
Personagem
Raul Plassmann: o rei do quase
Se não forem convocados, Ronaldinho, Neymar e Paulo Henrique Ganso não podem deixar que a frustração interfira em suas carreiras. O conselho é de quem sabe o que diz: o ex-goleiro Raul Plassmann, preterido em três copas. "Espero que isso não cause transtorno a eles."
Em 70, jogando com craques como Tostão e Dirceu Lopes pelo Cruzeiro, Raul chegou a crer na convocação pelo que o próprio técnico João Saldanha havia dito um ano antes. "Ele disse se prepara, guri, você vai para a seleção." Mas meses depois Saldanha caiu. "Aí prevaleceu a força de São Paulo: levaram o Ado (Corinthians) e o Leão (Palmeiras)."
Oito anos depois, a frustração maior. O próprio técnico Coutinho havia garantido que ele seria o terceiro goleiro na Argentina. No dia da convocação, a Rede Globo chegou a levá-lo ao estúdio para que entrasse ao vivo comentando a lista. Mas Coutinho não disse o nome de Raul. "Fiquei completamente sem chão."
Meses depois, voltando para a casa dos pais em Curitiba, Raul ficou sabendo que fora adquirido pelo Flamengo, comandado por Coutinho. No Rio, ganhou cinco Cariocas, três Brasileiros, uma Libertadores e um Mundial Interclubes e voltou à seleção.
Ele credita a ausência na Espanha em 82 a um desentendimento. Após um treino, ficou no gol defendendo chutes. Cansado, não ia em todas as bolas. Telê Santana disse então para ele parar de fazer corpo mole. Em resposta, Raul perguntou se o treinador o estava convocando pelas apresentações nos treinos ou nos jogos. "Acho que isso irritou o Telê."
Marcos Xavier Vicente
Milão, 17 horas. Ronaldinho Gaúcho aperta o botão vermelho do controle remoto de sua moderna televisão, sintoniza um canal a cabo do Brasil e começa a vigília. Do outro lado do Atlântico, na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio, o técnico Dunga retira de um envelope a lista final dos 23 atletas que irão representar o país na África do Sul...A parte inicial do roteiro pode nem ser bem essa, mas existe apenas duas possibilidades de desfecho para o meia do Milan hoje. Se seu nome constar na relação do conterrâneo, o armador completa a guinada que havia proposto para sua carreira, depois de duas temporadas inteiras (2007/2008 e 2008/2009) imerso no ostracismo de quem nem de longe lembrava o "melhor do planeta" título concedido pela Fifa em 2004 e 2005.Caso Dunga não se renda aos apelos, deixando o gaúcho mais uma vez de lado, Ronaldinho chega aos 30 anos sem perspectiva em relação à seleção. Alijado de apagar os dois fracassos seguidos com a amarelinha (Copa 2006 e Olimpíada 2008), o meia restringiu seu universo ao Milan. Pouco para quem falava em voltar ao topo.
O jogador, porém, permanece otimista, sem um plano B alinhavado. Segue com o discurso de ajudar o Brasil a conquistar o seu sexto título mundial.
"Eu sou muito positivo. Só penso em fazer o meu melhor para ir à Copa", disse ele, em campanha aberta. "Em 2006 aprendi o que é sofrer. Perder aquela Copa foi um sofrimento muito grande. Para esta, estou pronto, preparado e motivado", emendou, em entrevista à Rede Record.
Ronaldinho se apega em sua trajetória recente para vencer a resistência de Dunga. O armador voltou a jogar bem no Milan depois que passou a atuar pelo lado esquerdo do campo, posicionamento de seus melhores dias com a camisa azul e grená do Barcelona.
Os números também lhe são favoráveis. Na temporada foram 13 gols e 16 assistências em 47 jogos. Ficou ausente apenas em 2 das 37 partidas do Rubro-Negro no Campeonato Italiano, sequência que não tinha há anos.
Desempenho superior ao dos dois últimos anos, mas que não chega perto da época em que era o número 1 do mundo. Há quatro temporadas, antes de a bola rolar na Alemanha, Ronaldinho havia balançado a rede 25 vezes e colaborado com 18 passes decisivos em 47 confrontos. Quase um gol ou "quase gol" por rodada.
O meia ganhou também importantes cabos eleitorais. Pelé, Zagallo, Romário... Ontem, Ronaldo saiu em defesa de sua convocação. "O Ronaldinho vai ser convocado. Isso é zero de informação. É só opinião. Ele voltou a jogar um grande futebol no Milan", ressaltou ele, na festa de lançamento de seu Twitter.
A resposta, hoje, com Dunga.Roberto Carlos e Adriano também choram por vaga
Não é só Ronaldinho Gaúcho que faz parte do time de "chorões". Roberto Carlos, 37 anos, e Adriano, 28, também querem ir à África para apagar a experiência fracassada na Alemanha, quando a seleção parou logo nas quartas de final, eliminada pela França.
"Esperar, eu espero [ser chamado]. Meu trabalho tem melhorado muito no Corinthians", disse ele. "É muito bom fazer parte da seleção. Estou à disposição", seguiu, apostando na indefinição de Dunga na ala-esquerda chamou 9 para a posição em 3 anos e meio.Adriano vem sendo convocado seguidamente. Porém, problemas extracampo podem abreviar sua trajetória na seleção. O Imperador faltou a 13 treinos do Flamengo no ano.
Ao vivo
Convocação da seleção brasileira, às 13 horas, na RPC TV, Band, SporTV, ESPN Brasil.
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