É natural e praticamente inevitável que de quatro em quatro anos a maior parte do público e da mídia, especialmente no Brasil, se volte para um só lugar. No caso deste ano, entre os próximos dias 11 de junho e 11 de julho, a África do Sul se tornará o centro da atenção de milhões de fãs. Serão 31 dias de dedicação à Copa do Mundo, enquanto outras modalidades esportivas hibernam e aguardam a volta gradativa às manchetes.
Alguns grandes e tradicionais eventos, no entanto, não mudam suas programações por causa da Copa. A Fórmula 1, por exemplo, terá duas etapas bem no meio do Mundial. O GP da França está marcado ainda durante a primeira fase (22/6). A corrida inglesa (06/7) coincide com uma das semifinais.
O circo do Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC) é outro que continua na ativa, com prova marcada para o dia 20 de junho, na Bélgica, bem como a Volta da França de Ciclismo, que começa no dia 3 de julho.
O caso mais emblemático é o torneio de Wimbledon, o mais antigo do tênis mundial, que tem início e fim exatamente no período da Copa (21/6 à 04/7). Sem receio de sair no prejuízo, a direção do campeonato fez questão de não mudar nem uma data sequer de sua programação por causa do Mundial. Para o pesquisador da Universidade de Liverpool e doutorando em Indústria do Futebol, Oliver Seitz, realmente não há motivo para isso.
"Esporte que depende da massa, que é generalizado, não tem como competir com a Copa do Mundo. Mas as modalidades que já têm seu público específico e enraizado, por exemplo, não terão prejuízos nesse período", garante.
No país do futebol, por outro lado, todas as principais divisões do Campeonato Brasileiro seguem a determinação da Fifa e param suas atividades. A pausa também coincide com os maiores torneios de vôlei e basquete, cujas temporadas já encerraram. Já outros esportes, como a Stock Car, fazem um intervalo quase que por obrigação.
"É por causa da Copa, sim,", justifica Maurício Slavieiro, diretor-geral da promotora da categoria, que entra em recesso por dois meses, entre 6 de junho e 5 de agosto. "Já que temos transmissão pela Rede Globo, o calendário bateria. Também o público. Esse é um evento que só tem a cada quatro anos e não há motivo para tentar competir", emenda, citando, porém, que a diminuição da receita não foi o principal motivo para a decisão planejada no fim de 2009.
Os esportes olímpicos brasileiros, que culturalmente já são muito ofuscados pelo futebol, voltarão a ficar em último plano nos próximos meses. Fato que é encarado como natural pela lutadora paranaense Natália Falavigna.
"Se você for para qualquer país que tenha uma seleção na Copa, como França ou Espanha, o foco vai estar lá. Para qualquer grande evento isso acontece. Não dá para colocar os outros esportes de coitadinhos por causa disso", opina. "A gente continua nosso trabalho em paralelo e também assiste, afinal, somos torcedores. É tudo muito normal. Durante outro grande evento, como a Olimpíada, as coisas se invertem e a atenção maior passa a ser em outros esportes", fecha a medalhista de bronze no tae kwon do, em Pequim.
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