A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ficou um pouco mais rica ontem, chegando à expressiva cifra de R$ 220 milhões arrecadados com patrocínio. A entidade que comanda o futebol no país anunciou em São Paulo a venda da décima cota publicitária para a Nestlé, quebrando o recorde do ano passado, quando embolsou quase R$ 165 milhões um acréscimo superior a 30%.
Em troca de um pacote que inclui, entre outros itens, a exposição do nome da empresa em placas de campo e a utilização da marca da seleção brasileira e da imagem dos jogadores em eventos promocionais, a multinacional suíça de alimentos pagará R$ 10,5 milhões anuais. O contrato vai até a Copa de 2014, no Brasil.
O acordo é semelhante ao que outras cinco empresas (TAM, Gillette, Pão de Açúcar, Volkswagen e Seara) mantêm com a CBF, todas integrantes do grupo 3, totalizando pouco mais de R$ 50 milhões. Contratos mais abrangentes, como os que incluem a exposição da marca nas camisas de treinamento e viagem, saltam para a casa dos R$ 26 milhões. A operadora de telefonia Vivo, a cervejaria Ambev e o banco Itaú integram esse pool que, como bônus, ganha o direito a promoções exclusivas. A Vivo, por exemplo, foi presenteada com dois lugares no avião que transportará a seleção à África do Sul, e mais 400 ingressos para jogos da CBF.
A Nike, porém, segue isolada no posto de principal parceira da confederação nacional. A empresa norte-americana de material esportivo despeja R$ 78,7 milhões por ano na conta da CBF para vestir o único time cinco vezes campeão do mundo. A relação, iniciada em 1996, foi prorrogada até 2018 antes do Mundial da Alemanha (2006). "A seleção brasileira é a paixão maior do povo brasileiro, que é também apaixonado por carro e sente a Volkswagen com uma empresa do país", definiu Thomas Schmall, presidente da companhia alemã no Brasil, na época da assinatura do contrato, no ano passado.
Na opinião de especialistas, é justamente o apelo patriótico, casado com o fato de a Copa de 2014 ser disputada no país, que ajuda a turbinar a arrecadação da CBF. "[O valor] demonstra a importância da seleção. Para as empresas, há retorno garantido ao se aliar à CBF, ainda mais em um período como esse, entre dois Mundiais, sendo que um deles será no Brasil", explicou Erich Betting, especialista em marketing esportivo e editor do site Máquina do Esporte.
"A CBF domina a marca mais valiosa no mundo em termos de futebol. Equivale a uma nação inteira. Até por isso possui condições de ampliar ainda mais esse montante. Não me surpreenderia se chegasse aos R$ 500 milhões", emendou o consultor de negócios esportivos José Carlos Brunoro, um dos principais nomes do país na área.
Ricardo Teixeira, presidente da CBF, usou a "nova fase da seleção" para explicar o sucesso financeiro da entidade, cujo lucro saltou de R$ 10,7 milhões em 2007 para R$ 72,3 milhões em 2009. "Foi importante o processo depois da Copa de 2006. Inegavelmente, voltamos a ter uma maior participação popular com a seleção, principalmente pelo espírito implantado nela. Foi importante a volta do carisma pelas vitórias na Copa América e na Copa das Confederações", disse, ontem, na capital paulista, dividindo parte dos méritos com o técnico Dunga.
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