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Duas garoas um pouco mais fortes, 60 guarda-chuvas vendidos, R$ 600 no bolso. Vanderlei Car­­doso não tem do que reclamar. Ele mora a uma quadra do CT do Caju. E quando acordou pe­­la ma­­nhã, e viu o céu nublado, decidiu que iria apostar o dia por ali mesmo.

Pegou uma centena de guarda-chuvas que normalmente vende no Centro de Curitiba e se misturou aos jornalistas e torcedores. Bastou a chuva começar a cair, e ficar evidente a falta de estrutura do local, para o ambulante começar a vender seu produto como água. Na primeira chuvinha, 30 peças. Logo depois, quando a garoa recomeçou, mais 30.

"Mas com toda essa gente aí já era para eu ter vendido uns 100 guarda-chuvas", reclamava, em tom de brincadeira.

Vanderlei não foi o único a transferir seus negócios para a Rua Lupionópolis. Vários de seus vizinhos tiveram a mesma ideia: faturar algum dinheiro com a chegada da seleção. E quase to­­dos conseguiram.

Os mais comuns foram os vendedores de bandeiras e acessórios verde e amarelo: nas duas entradas, e para gente andando pela rua. As bandeiras eram as mais caras, a R$ 20. O resto ficava arredondado nos R$ 5.

"Já fizemos R$ 100. Se conseguirmos chegar nos R$ 300, ôhhhh...", comemorava Osvaldo da Silva, 55 anos, na entrada principal do CT.

Mas o melhor exemplo de como a chegada do time de Dunga atiçou o comércio informal na região é o de Daniele Freire Barbosa. Com 18 anos, ela abriu seu primeiro negócio ontem. A inauguração foi pensada para coincidir com a chegada da seleção. Desde às 7 horas da manhã lá estava ela com um carrinho, assando espetinhos. Um real cada, 120 vendidos até o meio-dia, quando o movimento parou. É que na frente do portão de imprensa um patrocinador da seleção distribuía refrigerante e sanduíche de graça.

Daniele, no entanto, já estava feliz com o primeiro dia de trabalho.

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