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Zimbábue 0 X 3 Brasil
Quem pagava o caríssimo ingresso de US$ 10 (para os padrões locais) e passava o portão do Estádio Nacional de Harare, logo recebia dois cartazes: Thank You Samba Boys (obrigado garotos do samba), dizia o primeiro; Warriors Won Own The World Cup (guerreiros, como a seleção zimbabuana é chamada, venceram a própria Copa do Mundo), estampava o segundo.
A alegria do Zimbábue em receber a seleção brasileira na preparação para o Mundial passava da histeria para a incredulidade. Obedientes às ordens de segurança, os torcedores locais não foram em volume tão grande à concentração do time de Dunga. Mas, no palco da partida, o clima foi de loucura.
Os 3 a 0 contra gols de Michel Bastos, Robinho e Elano pouco representaram para os donos da casa. O que valia era a simples presença dos pentacampeões.
"Não acredito que vi o real Kaká. Só o assisto na televisão. Não é possível que ele esteja no meu país", vibrava o orgulhoso Tendai Drengai, um dos muitos que assediaram até a chegada dos jornalistas brasileiros ao estádio com os gritos alucinados de "Zimbábue" e depois "Kaká".
Nem mesmo a diferença técnica entre as seleções e a preguiça que tomou conta do gramado após os visitantes marcarem desanimaram o público. A vibração era tamanha que muitos nem perceberam que o goleiro Júlio César saiu com dores lombares após uma dividida aos 25 da etapa inicial. Os médicos da seleção não deram entrevistas, mas a informação repassada pela assessoria de imprensa é que a substituição foi por precaução.
"Infelizmente entrei no lugar de um colega por contusão. Mas não deve ser nada. Não foi um problema grave", adiantou Gomes, o camisa 12, autor de duas importantes defesas.
Outro problema médico do time de Dunga foi o zagueiro Juan. O jogador foi ao Zimbábue, mas nem colocou o uniforme de jogo. Thiago Silva formou a defesa com Lúcio. "Senti um desconforto na coxa esquerda no treino de terça. Achamos melhor não arriscar", afirmou o defensor.
Já Kaká, o camisa 10 do Brasil e principal referência dos torcedores locais, atuou pela primeira vez após se recuperar de um problema na coxa esquerda. Ficou 45 minutos em campo e foi discreto. Nada, porém, que tirasse o ânimo dos fãs.
A novíssima praça esportiva de Harare, muito bem organizada, não apaga os traços marcantes da África na área de circulação ao redor. Em uma espécie de bancada de ambulantes, o cheiro é insuportável.
Absolutamente tudo que se come na região é frito. Desde batatas, até pequenos animais. Nas arquibancadas, o comportamento dos fãs lembra os da vizinha África do Sul. A estridente vuvuzela está por todos os cantos. As danças e cantos tribais também.
"Não acreditem no que falam do Zimbábue. Somos um país pacífico e alegre. Estamos muitos felizes em receber o Brasil", disse o torcedor Tatenda Masimura.
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Confira a ficha técnica do jogo Zimbábue 0 X 3 Brasil:
Em Harare
Zimbábue
Sibanda; Mapemba, Markonese (Zwevse), Djambo (Nyoni) e Mwanjali; Nengomasha, Rambanepasi (Alumenda), Karuru (Nkhata) e Knowleouse; Benjani (Mushekwi) e Antipas.
Técnico: Norman Mapeza.
Brasil
Júlio César (Gomes); Maicon (Daniel Alves), Lúcio (Luisão), Thiago Silva e Michel Bastos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano e Kaká (Júlio Baptista); Robinho (Nilmar) e Luís Fabiano (Grafite).
Técnico: Dunga.
Estádio: Nacional de Harare. Gols: Michel Bastos (B), aos 41/1º, e Robinho (B), aos 43/1º; Elano (B), aos 11/2º. Árbitro: Abdul Basit Ebrahim (Fifa-África do Sul). Renda e público: não divulgados.
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