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Seleção brasileira força o ataque contra a modesta Tanzânia: goleada por 5 a 1 não mostrou nada de surpreendente, mas serviu para valorizar os reservas, que entraram em campo melhor do que muitos titulares | Albari Rosa/Gazeta do Povo – Enviado especial
Seleção brasileira força o ataque contra a modesta Tanzânia: goleada por 5 a 1 não mostrou nada de surpreendente, mas serviu para valorizar os reservas, que entraram em campo melhor do que muitos titulares| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – Enviado especial

Kaká comemora evolução

Robson De Lazzari, enviado especial

Quando com um sotaque forte a voz do alto-falante do estádio anuncia o camisa 10 da seleção brasileira – "Ricarrrrddooo Kakaaaá" –, a reação da torcida é diferente da de qualquer outro nome. O principal ídolo do time de Dunga voltou a jogar uma partida inteira após 40 dias ontem, nos 5 a 1 do Brasil sobre a Tanzânia.

O jogador do Real Madrid, se ainda está muito distante da forma física ideal e do desempenho aguardado para a Copa do Mundo, teve ao menos lampejos do grande nome que coleciona fãs por todo o continente africano. Em Dar Es Salaam, Kaká marcou o quarto gol nacional. O lance teve o toque de classe do craque, que após tabelar com Maicon, correu para a área e escorou com o peito para a rede.

Pouco para quem está a apenas uma semana da estreia no Mundial (dia 15 diante da Coreia do Norte). Porém, talvez, o suficiente para nos dias restantes receber uma nova injeção de ânimo e otimismo visando à competição. "Estou melhorando. Agora que estou entrando em uma condição total. Esse jogo já foi bem melhor do que o outro", avalia o meia, comparando com o amistoso da semana passada, diante do Zimbábue, no qual atuou até o intervalo. "Quem está sem jogar constantemente há quatro ou cinco meses não pode voltar com tudo de uma vez só", pondera Dunga. Fundamental para o setor de armação da equipe nacional, a comissão técnica exige Kaká em 100% da forma para que a sua missão de armar não fique comprometida.

Até por isso, um lance causou revolta no primeiro tempo. O Brasil viu em uma entrada dura por trás de Nsajigwa sobre Kaká um risco desnecessário. A jogada mereceu bronca até do técnico brasileiro Márcio Máximo, da Tanzânia, sobre seus jogadores. Por sorte, não houve nada de grave. Outra "entrada" no jogador foi bem mais sutil. Aos 20 do segundo tempo, um torcedor local invadiu o gramado e cumprimentou o ídolo antes de ser retirado violentamente pelos policiais.

  • Kaká jogou os 90 minutos, comprovando estar recuperado de lesão

Brasil 5 X 1 Tanzânia

Um dos principais pilares do tra­­balho de Dunga à frente da seleção brasileira é a garantia de ter um time definido, com es­­quema tático fixo e pouquíssimas alterações pelo caminho.

Porém, às vésperas da Copa do Mundo, o treinador viu alte­­ra­­ções significativas no time melhorarem muito a equipe do primeiro para o segundo tempo na vitória por 5 a 1 sobre a Tan­­zânia, ontem.

O último amistoso antes da estreia no Mundial (marcada para daqui a uma semana diante da Coreia do Norte) mostrou ao capitão do tetra que variações também têm seu lado positivo. A opinião é dele mesmo.

"No segundo tempo, com muitos que não são considerados titulares, ficou explicado porque temos tantos empates por 0 a 0 nos coletivos. A equipe reserva é muito boa", avaliou ele, que só volta a se pronunciar oficialmente na véspera do confronto com os norte-coreanos. "Pedem variações e as variações estão aí", re­­força.

Logo no intervalo, o treinador tirou Lúcio, Felipe Melo, Gil­­berto Silva e Michel Bastos do jogo. As entradas de Luisão, Ra­­mires (autor de dois gols), Josué e Gilberto deram uma nova cara à equipe que havia feito um te­­dioso 2 a 0 na etapa inicial (gols de Robinho).

Com uma nova dupla de vo­­lantes, a chegada à área rival foi fortalecida e a saída de bola – antes extremamente precária com Felipe Melo – melhorou. Com Daniel Alves no lugar de Elano, fazendo um revezamento com Maicon pela direita, o conjunto evoluiu ainda mais.

"Mas não dá para mudar o ti­­me a cada partida. Depende do jogo e da característica do adversário", disse o técnico, deixando no ar que realmente não deve mudar a formação que, na visão dele, vinha dando tão certo.

Até porque, a Tanzânia tem uma equipe que não serve de comparação para nenhum dos oponentes que virão no torneio da Fifa. O Zimbábue, vencido na semana passada, tem um time bem mais acertado do que o rival de ontem.

As condições da partida final de preparação, aliás, em nada têm a ver com as que serão en­­contradas em dias de jogos na África do Sul. Na litorânea Dar Es Salaam, durante o dia, a temperatura era superior a 30 graus. No horário do jogo (18 h) caiu pa­­ra 26 graus. Muito mais do que os 16 graus de dia e os menos de 10 à noite na alta (cerca de 1.800 metros) Johannesburgo.

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Veja a ficha técnica do jogo Brasil 5 X 1 Tanzânia:

Em Dar Es Salaam

Tanzânia

Muharami; Shadrack (Karoni), Mwasika, Yondani (cartão amarelo) e Haroub; Erasto, (Bakari), Abdulahim (Aziz), Mgosi (Bocco) e Ngassa; Khalfan e Makasi.

Técnico: Márcio Máximo.

Brasil

Gomes; Maicon, Lúcio (Luisão), Juan e Michel Bastos (Gilberto); Gilberto Silva (Josué), Felipe Melo (Ramires), Elano (Daniel Alves) e Kaká; Robinho e Luis Fabiano (Nilmar).

Técnico: Dunga.

Estádio: Nacional. Árbitro: Mohamed Se­­gon­­ga (Uganda). Cartões amarelos: Yon­­da­ni (T); Felipe Melo (B). Gols: Robinho (B), aos 9/1º e aos 33/1º; Ramires (B), aos 8/2º e aos 47/2º, Kaká (B), aos 30/2º, e Aziz (T), aos 33/2º.

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