Felipe Melo não convenceu os críticos e a torcida nem mesmo nos amistosos com as fracas seleções do Zimbábue e da Tanzânia| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo – enviado especial

Balanço

Confira o saldo da preparação até a estreia, dia 15:

Positivos

Adaptação

Os seis dias no CT do Caju serviram para exames, evitar atletas fora do peso e adaptar a equipe a uma temperatura parecida à sul-africana.

Reclusão

Diferentemente do Mundial de 2006, agora não há clima de festa nas atividades do time.

Organização

Folgas são restritas e sem exageros. Ninguém dorme fora da concentração.

Negativos

Amistosos

As viagens para Zimbábue e Tanzânia não serviram para muita coisa. Fora o desgaste, na Tanzânia estava muito mais quente e a cidade é no nível do mar.

Mesmice

Nos três coletivos realizados não houve nenhuma alteração nos dez jogadores de linha.

Lesões

Kaká e Luís Fabiano estão fora de ritmo após contusões. Júlio César treina com dores lombares.

CARREGANDO :)

Se os 19 dias de preparação da seleção brasileira até agora mostraram algum risco do time para a Copa do Mundo, esse perigo se chama Felipe Melo. Nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia, o camisa 5 cometeu falhas que arrepiaram o torcedor.

A maior deficiência do volante é na saída de bola. Armar contra-ataques dos adversários virou uma rotina com as bolas perdidas pelo jogador da italiana Juventus. O pior foi que isso ocorreu diante dos frágeis oponentes dos testes pré-Mundial.

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Outra situação receosa no jeitão de Felipe Melo jogar está nas arriscadas entradas e trombadas sem nenhuma prudência mostradas até aqui. Algo que pode causar problemas diante dos habilidosos Portugal e Costa do Marfim – principais rivais da primeira fase.

Fora de campo, também sobra irritação para Felipe. Na única entrevista que concedeu na África do Sul, reclamou duramente da imprensa brasileira e italiana, além de comparar bola a mulheres e provocar a Ar­­­­gen­­tina. No gramado, o atleta também tem demonstrado um nervosismo incomum.

Questionado sobre as falhas de seu titular após os 5 a 1 diante dos tanzanianos, Dunga não quis criticar um dos convocados contra quem ele ouviu mais vozes adversas. Porém, o técnico admitiu as dificuldades enfrentadas pela sua aposta no jogo.

"Era uma equipe [a Tanzânia] que jogava em muita velocidade no contra-ataque e tivemos um pouco de dificuldade com isso. Mas antes mesmo do fim do primeiro tempo corrigimos", avaliou o treinador.

Segundo homem de marcação da seleção, Felipe é o responsável por fechar a parte esquerda à frente da área. Ao lado do lateral Michel Bastos, o setor não tem sido nada eficiente para anular os oponentes. Mesmo assim, Dunga não demonstra sinais de que vá mexer na equipe base para a estreia contra a Coreia do Norte, no dia 15. Nem os dois gols de Ramires no segundo tempo contra os tanzanianos (após ele substituir Felipe Melo) devem mudar algo.

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Para o capitão do tetra, não im­­porta nem se o jogador já vem em má fase há quase um ano. Na última temporada europeia, após transferir-se da Fiorentina para a Juventus, Melo foi uma das decepções da Velha Senhora - sétima colocada do Campeonato Italiano.

A esperança da comissão técnica é de que o futebol de força e eficiência mostrado por Felipe Melo nas suas primeiras convocações (no início de 2009) até a con­­­quista da Copa das Confe­­­derações reapareça na hora mais necessária.