Habilidoso e versátil, Daniel Alves trava dura batalha com Maicon pela posição no lado direito do campo, mas já convenceu Dunga de que também pode fortalecer a equipe no meio de campo| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo - enviado especial

Rápidas

Valorizado

A Copa do Mundo fez bem para o lateral Michel Bastos. Convocado por Dunga, o ex-jogador do Atlético deve trocar de time na Europa. Do Lyon, no ainda pouco imponente futebol francês, seu destino mais provável está entre a Itália e a Inglaterra, mercados mais promissores. A Internazionale de Milão, campeã italiana e da Liga dos Campeões, é uma das interessadas. Mesmo que não seja negociado, o salário dele terá um aumento automático de pouco menos de 50% por ter atuado ao menos três partidas pela seleção – já fez duas.

Ansiedade

Para o Brasil, a estreia no Mundial é só terça-feira, mas com o início dos jogos, é impossível os jogadores escaparem da ansiedade. "Já estamos no clima", disse Elano, ontem. Gilberto Silva, que vai para a terceira Copa do Mundo, também fez eco à constatação. "A ansiedade para o jogo com a Coreia do Norte é enorme", revelou.

Torcida

A boa relação dos sul-africanos com a seleção brasileira e a presença de Parreira como técnico dos anfitriões da Copa não são motivos suficientes para que o lateral-direito Daniel Alves vista a camisa da África do Sul no primeiro jogo do Mundial. O jogador do Barcelona decretou: é México. A escolha é baseada na amizade. Rafa Marquez também atua pela equipe espanhola.

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Na final da Copa América de 2007, na Venezuela, jogando como um meia pelo lado direito, Daniel Alves foi fundamental nos 3 a 0 sobre a Argentina. Na semifinal da Copa das Confe­­derações do ano passado, contra a África do Sul, mais uma vez o jogador do Bar­­celona foi importante – desta vez, na lateral-esquerda. Marcou o gol da vitória por 1 a 0, cobrando falta.

Originalmente lateral-direito, Dani Alves, como é chamado no Barcelona, é o principal símbolo dos versáteis jogadores da seleção brasileira. Ao todo, seis nomes (Gil­­berto, Michel Bastos, Júlio Baptista, Ramires e Robinho completam o grupo) podem atuar em mais de uma posição sob o comando de Dunga.

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No entanto, apenas o virtual reserva de Maicon na briga pela camisa 2 já deu o resultado na prática quando testado em uma nova função. No amistoso diante da Tanzânia, na segunda-feira, novamente ele comprovou eficiência. Fez um intenso revezamento com o titular entre a faixa destra do gramado e o centro durante o segundo tempo.

Na Copa, os marcadores adversários que se cuidem. Por mais que o estilo de jogo do time canarinho – inclusive as variações – já seja bem conhecido por todos os rivais, cruzar com Maicon e Daniel Alves ao mesmo tempo parece não ser um bom negócio para ninguém.

Pelo menos para o início da competição da Fifa, a opção só deve ser utilizada durante os jogos. Mas como em praticamente todas as Copas vencidas pelo Brasil a escalação da estreia não foi a mesma da final (1970 foi a exceção), a aposta mais real para uma mudança é em cima de Daniel Alves como uma eventual surpresa para a sequência do torneio.

"Não me sinto reserva. Na seleção brasileira não existe isso de uns titulares e outros reservas. Todos que estão aqui podem jogar tranquilamente", diz, mantendo o discurso-padrão patrocinado pela comissão técnica. "Se fosse no Barcelona, fixaria minha briga por uma vaga na lateral direita. Mas aqui é seleção brasileira. Estou pronto para jogar em qualquer lugar. Até de goleiro se precisar", afirmou o baiano, de 27 anos.

O moral adquirido por Alves nos últimos tempos e a exposição que jogar no Barça proporciona, fazem ele ser requisitado para comentar até sobre um dos principais candidatos a craque da Copa. O amigo argentino Lionel Messi ganhou a defesa do brasileiro.

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Jornalistas conterrâneos de Diego Maradona insistiam na pergunta do motivo de La Pulga não apresentar com a camisa alviceleste o mesmo futebol mostrado na Espanha. A resposta, em bom espanhol, foi direta.

"Porque os jogadores da Ar­­gen­­tina não são como os do Bar­­celona, não se comparam", avaliou, para em seguida ser ainda mais claro. "Ele [Messi] é muito jovem. Não é fácil carregar uma nação inteira nas costas", opinou, com a mesma personalidade esperada para os jogos da Copa do Mundo.