A seleção brasileira bem que tentou se isolar em um hotel dentro de um clube de golfe afastado do centro de Johanesburgo, mas faltou combinar com a administração do local, que alugou espaços para emissoras de TV e jornais brasileiros com vista privilegiada até dos quartos dos jogadores.
Logo em seu primeiro contato com a multidão de jornalistas que vai acompanhar a equipe do técnico Dunga no Mundial da África do Sul, nesta quinta-feira (27), o chefe de imprensa da seleção, Rodrigo Paiva, mostrou insatisfação com o fato de três redes de tevê terem apontado suas câmeras na direção dos quartos dos jogadores.
"Peço que vocês reflitam se é realmente necessário câmeras apontadas para os quartos dos jogadores 24 horas por dia. Na nossa opinião, isso traz desconforto e tira a privacidade", disse Paiva aos jornalistas antes da primeira entrevista do técnico Dunga no país da Copa.
De acordo com a administração do local, o hotel The Fairway está exclusivamente reservado para a seleção, mas o clube de golfe que faz parte do complexo segue aberto e algumas salas foram alugadas para veículos de comunicação brasileiros.
Um integrante de uma das emissoras com câmeras apontadas para o hotel da seleção disse que as imagens não focam os quartos, mas sim o prédio como um todo. Segundo Paiva, no entanto, os jogadores ficaram incomodados ao ver os equipamentos apontados para eles assim que chegaram ao local onde o Brasil ficará concentrado durante todo o Mundial.
Desde o início da preparação para a Copa da África do Sul, na semana passada, a comissão técnica preocupou-se em blindar os jogadores tanto da torcida como da imprensa, mantendo-os fechados no centro de treinamento do Atlético-PR, em Curitiba.
A postura é uma resposta à abertura excessiva da seleção durante o período de preparação para a Copa de 2006 em Weggis, na Suíça, que foi vista como uma das causas para a derrota brasileira naquele Mundial.
"Durante quatro anos nós ouvimos as criticas de que a CBF teria criado um Big Brother em Weggis... agora precisamos viver em paz e trabalhar," afirmou Paiva, que também era o chefe de imprensa da seleção no Mundial passado.
Apesar disso, o técnico Dunga foi surpreendentemente liberal com relação às folgas dos jogadores durante a Copa, e disse que cada um está liberado para fazer o que gostar -- inclusive sexo e bebida.
"Quando estamos concentrados na seleção todo mundo tem que respeitar o bom convívio geral. Agora, quando estiver sozinho cada um faz o que gosta. Nem todo mundo gosta de sexo, de vinho, mas cada um tem que fazer o que gosta", disse o treinador, que também liberou as visitas de amigos e parentes nos dias livres dos jogadores.
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