Em 1970, o tricampeonato foi conquistado com um futebol alegre, encantador; em 1994, o tetra foi alcançado com rigor tático e prioridade na defesa. Em um país que já conseguiu ganhar Copas do Mundo adotando estilos bastante diferentes, pode ser considerado normal e até mesmo provável que os representantes dessas épocas tenham pontos de vista diferentes a respeito da seleção do pragmático técnico Dunga. O trabalho do ex-volante, porém, vem conseguindo unir essas duas "classes".
Foi essa a impressão que se teve na abertura da exposição "Pátria de Chuteiras", ontem à noite, no Memorial de Curitiba, que contou com a presença de cinco campeões mundiais: Pepe (58 e 62), Félix e Edu (70), Márcio Santos (94) e Cafu (94 e 02). Tanto os mais velhos como os mais novos concordaram que Dunga está no caminho certo e apostaram suas fichas na festa do hexacampeonato na Copa da África.
Pepe, mesmo tendo jogado ao lado dos talentosos Pelé e Garrincha, foi uma das vozes favoráveis ao atual treinador nacional. "Eu acredito no trabalho feito pelo Dunga. Às vezes não agrada a todos, mas tem conquistado títulos e tido um bom desempenho", argumentou, apostando na atuação de Luís Fabiano e Robinho.
Entre os tricampeões no México, o apoio aparece com algumas ressalvas. Edu optou por lamentar o futebol moderno. "São outros tempos. Hoje se visa mais ao resultado do que ao show. Infelizmente, nós temos de jogar desta forma e o Brasil está bem. Não é o futebol bonito, mas faz gols. Acredito muito nesta seleção", considerou.
Já o goleiro Félix lembrou que os resultados são inquestionáveis. "O Dunga montou um time com o material humano que ele tem e que joga da maneira que ele gosta", opinou, confiante no representante da sua posição. "Hoje o Júlio (César) é o melhor do mundo".
Cafu, o mais badalado entre os campeões, lembrou de 1994 e de 2002, quando a seleção teve problemas para se classificar nas Eliminatórias, para justificar o otimismo para o Mundial da África. "O Dunga tem uma grande seleção que se classificou para a Copa com três jogos de antecedência. Com isso, as perspectivas são ainda melhores do que nós tínhamos", garantiu.
Márcio Santos, zagueiro em 1994, foi pelo mesmo caminho. "A CBF valoriza quem joga as Eliminatórias porque é até mais difícil do que a Copa do Mundo. A rivalidade é muito grande, são mais jogos e este grupo deu resultado dentro de campo".
Cafu defendeu ainda a blindagem da equipe no CT do Caju como uma forma de garantir o estreitamento dos laços do grupo e de realizar os treinos físicos com mais tranquilidade. O capitão do penta é uma das celebridades que tem uma peça sua na exposição: a famosa camisa 100% Jardim Irene, utilizada ao levantar a taça na Ásia. Outras raridades são a camisa utilizada pelo italiano Roberto Baggio, na final de 1994, o uniforme do goleiro Félix de 1970 e até as chuteiras do goleiro Puskás de 1954.
Acordos com governo e oposição dão favoritismo a Alcolumbre e Motta nas eleições no Congresso
Rússia burla sanções ao petróleo com venda de diesel e Brasil se torna 2º maior cliente
As prioridades para os novos presidentes da Câmara e do Senado
A classe média que Marilena Chauí não odeia: visitamos a Casa Marx, em São Paulo
Deixe sua opinião