A surpresa ficou para o último nome da lista: o quarto atacante que apareceu no telão da convocação da seleção brasileira para a Copa do Mundo foi Grafite, não Adriano. Mas a pergunta sobre a ausência do Imperador não demorou a surgir na entrevista coletiva com Dunga. Foi logo a segunda e fez o treinador revelar por que demorou a decidir em não levar o camisa 10 do Flamengo.
"Demos inúmeras chances para reverter uma certa situação. Mas vem a frase da coerência, convicção, comprometimento... Tivemos que tomar uma decisão pelo coletivo, o que é o mais importante da seleção. Sempre acolhemos o Adriano, o grupo sempre o acolheu, mas chegou o momento de tomar a decisão. Meu coração fala uma coisa, mas a razão pelo que eu estou representando pelo meu país fala outra", disse Dunga.
A ausência de Adriano em um treino do Flamengo, no qual Jorginho foi conversar com o atacante no mês passado, contribuiu com a opção de deixá-lo fora da lista de convocados. Mas Dunga garante que não foi um fato decisivo.
"Não é em um dia ou não que a gente toma a decisão. É em um caminho. Apesar das pessoas acharem que meio jeito é muito duro, que sou muito rígido, sou um cara tranquilo. Eu tenho falhas como todo ser humano. Agora chega um certo momento que não posso perder um comando na seleção brasileira por certas atitudes. Eu adoro o Adriano. Acho que ele iria nos ajudar muito. Agora alguns erros do passado. Eu não preciso cometer os mesmos erros. Em alguns momentos que ele não vivia um bom momento eu convoquei para ver se ele tomava um outro rumo, se motivava".
Outra ausência sentida foi a do goleiro Victor, do Grêmio, que fez parte da seleção nos últimos anos mas acabou fora para a entrada de Gomes e Doni como reservas de Julio César.
"Temos que ver o jogador em campo. Sabemos o potencial deles no clube, da qualidade, capacidade. Uma coisa é clube, outra seleção. Não teve oportunidade de ser colocado", lembrou.
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