Na seleção brasileira de Dunga não há espaço para estrelismo ou individualidade. Em três anos e oito meses de trabalho, o técnico priorizou o comprometimento ao talento e formou assim o seu time para a Copa do Mundo.
Se ele acertou ou não, a prova será tirada a partir da estreia no Mundial da África do Sul, hoje, às 15h30 (de Brasília), no Estádio Ellis Park, em Johannesburgo. O oponente não assusta: a fraca Coreia do Norte, 105.º colocada no ranking da Fifa, três posições à frente da Tanzânia e cinco do Zimbábue, adversários goleados na preparação brasileira.
As conquistas da Copa América, Copa das Confederações e o primeiro lugar nas Eliminatórias serão rapidamente esquecidas caso o Brasil tropece. Nem mesmo o ótimo retrospecto do treinador à frente do time valerá algo se o hexa ficar pelo caminho.
Pela frieza dos números, ele tem razão. Nas 55 vezes em que dirigiu a equipe, o capitão do tetra somou 39 vitórias, 11 empates e apenas 5 derrotas. Foram 116 gols marcados e 37 sofridos.
"Os números provam", garante o comandante. "Há eficiência e equilíbrio na equipe", valoriza, ao enaltecer suas estatísticas.
Mesmo assim, a atuação do chefe sempre foi contestada. Contra tudo e (quase) todos, deixou o habilidoso Ronaldinho Gaúcho e as revelações Paulo Henrique Ganso e Neymar em casa. Preferiu alguns de seus fiéis escudeiros, como Josué, Kléberson, Júlio Baptista e Elano.
Para solidificar seu conceito de disciplina à toda prova, puniu o centroavante Adriano ao não convocá-lo. Em sua vaga, mais uma decisão polêmica: chamou Grafite, que havia visto atuando apenas 26 minutos com a camisa amarela.
Para a sorte dele, e da torcida, ainda sobrou espaço para quem desequilibre. Robinho (o mais convocado por ele, 47 vezes titular), Kaká e Luís Fabiano carregam a responsabilidade de decidir no esquema de Dunga.
"Temos muito comprometimento aliado à alegria. Com isso na cabeça, podemos nos dar bem nessa Copa", afirma Robinho.
No entanto, para que o trio ofensivo brilhe, a confiança maior está mesmo na defesa. Júlio César, Maicon e Lúcio jogam juntos na Internazionale de Milão, campeã italiana e europeia. Com o acréscimo de Juan, formam um cinturão defensivo de dar inveja às mais tradicionais seleções do Velho Continente.
Por mais que o histórico brasileiro valorize a magia e a ofensividade, é o estilo Dunga o que vale. O "equilíbrio" ditado pelo treinador estará em xeque para o teste mais importante de todo o seu trabalho.
"Gosto de vencer. Tenho experiência de três Copas como jogador (1990, 1994 e 1998), mas agora tenho muito mais confiança para comandar", assegura.
Confiança fundamental para manter o ótimo retrospecto brasileiro em estreias. Nas 18 Copas anteriores, somente em quatro (dois empates e duas derrotas) a seleção falhou. De 1982 para cá, só triunfos no primeiro jogo. E sempre que foram campeões, os brasileiros largaram com vitória.
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Brasil x Coreia do Norte, às 15h30, na RPC TV, Band, BandSports, SporTV e ESPN Brasil.
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