"Gostaria de estar na seleção brasileira com Dunga e Jorginho", diz Zagallo

Com sete participações em Copas do Mundo e quatro conquistas, Mário Jorge Lobo Zagallo vive grande expectativa por mais um Mundial. Distante da seleção desde a última edição do torneio, quando desempenhou a função de coordenador-técnico, o Velho Lobo disse que sente falta de trabalhar com a seleção brasileira:

"Gostaria de estar na seleção brasileira com o próprio Dunga e o (auxiliar) Jorginho, que foram meus jogadores. Mas a vida é assim, nem sempre o que você deseja acontece. Poderia ter prosseguido minha vida na seleção porque estou com saúde, sem problema nenhum," revelou Zagallo.

Aos 78 anos, o Velho Lobo aprova a decisão de Dunga de isolar os treinos da seleção. Para ele, evitar a superexposição é uma maneira de proteger o grupo. Zagallo considera que o clima de festa da última Copa, tenha atrapalhado a campanha brasileira:

"O estádio onde nós treinamos ficou repleto, era uma festa diária, como se o Brasil já tivesse sido campeão do mundo. E tudo o que se fazia dentro de campo era uma graça, então acho que isso perturbou nossa vida. O Dunga, sabendo do que aconteceu, adotou uma ideia diferente," disse.

Quanto aos jogadores convocados e a ausência de Neymar e Paulo Henrique Ganso na lista de Dunga, Zagallo aprova a escolha do treinador:

"São jogadores que nos primeiros três anos e meio em que Dunga comandou a seleção não eram titulares em seus times. Infelizmente só apareceram agora, então é um risco muito grande levar garotos que não participaram de nenhum treinamento na seleção. Mas gosto muito dos dois, principalmente do Ganso," afirmou.

Para o Mundial da África do Sul, o Velho Lobo considera o Brasil favorito e acredita que os resultados da "Era Dunga" são a prova de que a seleção está no caminho certo:

"O Brasil tem tudo para ir bem na Copa, porque fez uma boa campanha nas Eliminatórias, ganhou a Copa das Confederações, foi campeão da Copa América e venceu a Argentina com facilidade nos últimos anos. Os feitos são todos favoráveis," concluiu Zagallo.