Polêmica
Jabulani ganha "carinho" suspeito
Ao contrário dos demais jogadores da seleção brasileira, o meia Kaká evitou críticas à bola oficial da Copa do Mundo. Garoto propaganda da Adidas, o camisa 10 participou até do desenvolvimento da Jabulani, fabricada pela empresa. Todos que falaram mal da redonda são patrocinados por outras marcas Luís Fabiano, Robinho e Júlio César especialmente.
"Não vou criticar a bola. Em toda competição que tem uma bola nova, surgem questionamentos. É só uma questão de adaptação. Tem jogador que já está dizendo que nem é tão ruim assim", justificou o craque, que estaria se ensaiando há dias para escapar da saia justa no momento de sua entrevista coletiva.
Para Kaká, a bola tem seu lado positivo. Segundo o jogador, o primeiro gol brasileiro nos 3 a 0 sobre o Zimbábue, em cobrança de falta de Michel Bastos, mostrou isso.
"Vê se o Michel está falando mal da bola. Após alguns dias de treino, o Júlio César já está abraçando a bola e o Luís Fabiano a está beijando", brincou, antes de receber de um humorista a Jabulani e beijá-la para deleite dos fotógrafos e cinegrafistas. "É com ela que seremos campeões", previu. Ontem à tarde, em tom de brincadeira, Kaká tentou fazer Luís Fabiano beijar a controversa bola oficial do Mundial.
Rápidas
Exceção
O técnico Dunga não quer ver seus jogadores em clima de festa fora de horário de folga, mas está abrindo algumas exceções. Ao menos para ele. O treinador deixou a concentração da equipe na manhã de ontem para receber uma homenagem dos alunos, professores e funcionários da Randburgh High School, em Johannesburgo.
Gostou
Após a visita, Dunga falou: "Fiquei impressionado com a educação dos alunos, a organização e o nível da escola. Foi uma homenagem para a seleção brasileira, eles quiseram mostrar o quando nos admiram, e conseguiram de maneira bem espontânea", afirmou ele, em entrevista no site da CBF.
Sabatina
Dunga ainda passou por uma entrevista de dez perguntas feitas pelos alunos, mas a CBF não divulgou as respostas dada pelo técnico brasileiro. Antes, o treinador já havia recebido a filha do líder sul-africano Nelson Mandela na concentração brasileira em Johannesburgo.
A temporada ruim no Real Madrid é só mais um desafio que Kaká procura superar para repetir o que fez em outros momentos da carreira: dar a volta por cima.Foi assim quando saiu do São Paulo, em 2003, acusado de ser pipoqueiro. Ocorreu novamente no Milan, pois na época ninguém acreditava que o meia franzino adaptaria-se ao truculento futebol italiano.As dúvidas persistiram no Velho Continente após a final da Liga dos Campeões de 2005. Uma virada histórica (perdia por 3 a 0, empatou e venceu nos pênaltis) do Liverpool sobre o Rubro-Negro de Milão resgatou os questionamentos.
Com a transferência para o Santiago Bernabéu, há um ano, o camisa 10 da seleção brasileira passou a dividir com Cristiano Ronaldo a responsabilidade de ser a estrela do time. Falhou.
O fracasso ocorreu muito por causa das constantes contusões que o incomodaram nos últimos meses. Primeiro, uma pubalgia o atrapalhou ainda em 2009. Depois, duas lesões no músculo adutor da coxa esquerda.
No amistoso contra o Zimbábue, na quarta-feira, o craque do time de Dunga voltou a atuar (mas apenas por 45 minutos) depois de um mês parado. Mesmo assim, ele garante que estará 100% para a estreia no dia 15, contra a Coreia do Norte, no Estádio Ellis Park.
"A lesão já não incomoda tanto. Antes incomodou bem mais. Posso dizer que todo o esforço eu estou fazendo. Tem dias que treino em três períodos", afirmou o jogador, presença garantida no último amistoso de preparação antes da Copa, segunda-feira, frente à Tanzânia.
Elogiado e endeusado por todos os colegas de seleção, Kaká sabe da responsabilidade que carrega na África do Sul. Espera-se que ele seja o principal protagonista da equipe na caminhada rumo ao hexa.
Aos 28 anos, o maior ídolo canarinho no Mundial é o terceiro com mais partidas com a camisa amarela no atual grupo (75, atrás apenas de Lúcio e Gilberto Silva, que têm 92 cada. Também é o principal artilheiro (empatado com Luís Fabiano, 25 gols) e um dos três (junto ao capitão e a Silva) que está na terceira Copa consecutiva.
"Sempre tomei a responsabilidade na vida e na carreira. No futebol, não se ganha nada sozinho. As grandes conquistas ocorreram com grandes equipes contendo destaques individuais se sobressaindo. Foi assim, por exemplo, com o Romário em 94 e o Ronaldo em 2002. Espero que agora ocorra de novo", avisou.A retomada será fundamental para a carreira de Kaká de agora em diante. Somente se for um dos destaques na competição da Fifa o brasileiro superará até a desconfiança do novo técnico merengue, José Mourinho, que já especulou colocá-lo em uma troca.
Em solo africano, resta para Kaká provar que pode ser o principal nome da seleção em uma Copa do Mundo.
Argentino
Durante a coletiva de ontem, Kaká teve de alfinetar um jornalista argentino que insistia em saber onde está o futebol bonito da seleção brasileira. "Nas eliminatórias ganhamos da Argentina por 3 a 1, em Rosário. Isso, para mim, é um espetáculo", falou, depois de ter sido interrompido pelo hermano.
Alan Bahia vira exemplo de paradinha ilegal para a Fifa
Especialista na polêmica paradinha, o atleticano Alan Bahia virou exemplo de como não se bater pênalti na Copa do Mundo. Um vídeo ensinando o que não se pode fazer na hora da penalidade foi exibido para os jogadores da seleção brasileira e o camisa 7 rubro-negro estava lá marcando gols agora ilegais ao lado de Fred e Neymar.
As imagens foram editadas pela Fifa e serão exibidas para todas as 32 seleções do torneio. Na noite de quinta-feira foi a vez de os brasileiros receberem um enviado da entidade para orientações da competição e da arbitragem.
Mediador da última final de Mundial (Itália x França, em 2006), o argentino Horácio Elizondo foi o responsável pela palestra ao time de Dunga.
Desde 1.º de junho, parar na hora da cobrança está proibido. No entanto, fintas durante a corrida para o chute seguem permitidas. A invenção brasileira não chegará à África do Sul.
"Os jogadores riram muito quando apareceu uma cobrança do Fred. Ele fura a bola e depois volta para chutar", comentou Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. "A orientação é para quando o pé de apoio estiver ao lado da bola não parar mais. Tem de chutar", explicou Kaká.
O que pode e o que não pode na cobrança do pênalti foi a principal dúvida dos atletas canarinhos durante a apresentação. O técnico Dunga também fez uma pergunta, mas sobre o posicionamento dos jogadores de ataque que tentam atrapalhar a formação da barreira em uma batida de falta. A resposta foi de que a interpretação do juiz é o que manda nesse caso.
Ao final da palestra, Olizondo foi aplaudido de pé pelos jogadores. Segundo Kaká, o clima no papo estava descontraído e as informações foram passadas de maneira muito clara.
Outra proibição da Fifa neste Mundial é quanto às celebrações de gols e de vitórias com mensagens religiosas.
Cada uma das 32 delegações recebeu uma notificação sobre a restrição. Após a conquista da Copa das Confederações do ano passado, o Brasil foi advertido após a exibição de fitas, bandanas e camisetas com motivações de fé.