Tímida alegria
A estreia pouco inspiradora da seleção brasileira gerou desconfiança em parte dos torcedores. Uma prova disso pôde ser notada ontem pelo site da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). As manifestações até então quase que 100% positivas, sempre enaltecendo os jogadores e o técnico Dunga, dividiam espaço com mensagens de um tom mais crítico. Em Johannesburgo, a festa também foi tímida. Apenas um pequeno grupo de torcedores brasileiros foi ao treino, no Randburg High School. Eles levaram um cartaz dando os parabéns e uma Bandeira do Brasil, mas ficaram do lado de fora.
O desempenho das 32 seleções na primeira rodada da Copa ratifica um dos principais pilares de sustentação do discurso do técnico Dunga. Para ele "os números provam" que o seu time tem eficiência e equilíbrio.
Esquecendo a ausência do show e a baixa qualidade do futebol apresentado nos 2 a 1 sobre a Coreia do Norte, o Brasil foi a equipe que teve mais destaque nos jogos de abertura do Mundial. Pelo menos nas estatísticas.
Segundo levantamento da Fifa, considerando a estreia de cada time, a seleção brasileira foi a que mais chutou a gol, a que mais teve posse de bola (empatada com a derrotada Espanha) e a que produziu o maior índice de aproveitamento nos passes.
O sucesso do estilo Dunga de jogar bola rendeu três gols um do adversário , mas os pentacampeões mundiais ficaram longe de elevar a média de gols do torneio. Sem uma artilharia pesada verde e amarela, o que se viu foi o vexame da pior média de bolas na rede da história das Copas em uma primeira rodada 1,56 gol por partida.
No entanto, como para o sistemático capitão do tetra o que vale é somente o resultado, a seleção ignora o desastre ofensivo generalizado.
Por mais que o adversário dos canarinhos tenha sido a frágil e recuada Coreia do Norte, a frieza da matemática já anima e dá mais motivos para a comissão técnica prosseguir o método pragmático de trabalho.
Outros favoritos que enfrentaram rivais não muito mais potentes do que os norte-coreanos (Inglaterra pegou os EUA; Argentina, a Nigéria, por exemplo), não conseguiram o mesmo aproveitamento estatístico que o do Brasil.
Mesmo vencendo com um magro 2 a 1, a liderança nas finalizações é da seleção brasileira. Foram 26 arremates a contagem da Fifa inclui qualquer tentativa de chute a gol, mesmo as que não tomam a direção da meta ou que alguém bloqueia no meio do caminho. Neste quesito, destaque para Robinho, que arriscou seis vezes. Até a Alemanha, que fez 4 a 0 na Austrália, chutou só 16 vezes à meta rival.
Nos passes, a constante troca de toques curtos de lado a lado para tentar furar o bloqueio asiático garantiu 82,9% de acerto. Responsáveis pela saída da bola da defesa para o ataque, os volantes Felipe Melo e Gilberto Silva foram os mais precisos dos comandados de Dunga com 91% de aproveitamento.
Por fim, diante de um oponente que apenas tentava o contragolpe, os canarinhos mantiveram o domínio da Jabulani por 63% do período de jogo. Marca igualada ontem pelos espanhóis, mas com menor eficiência, já que a Fúria perdeu para a Suíça por 1 a 0.
Apesar de o treinador dizer que sempre quer "mais e mais", independentemente do apresentado nos gramados sul-africanos, enquanto os números avalizarem seu trabalho, Dunga nunca vai aceitar as críticas.
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