Fora da Copa de 2010, o Brasil faz agora um rescaldo dos pecados que causaram a eliminação do time. A queda contra a Holanda, nas quartas de final, acabou com o mito de que contra seleções de grande porte, mesmo sem jogar bonito, o time de Dunga funcionava.Foi assim, pelo menos, na Copa das Confederações do ano passado e na Copa América de 2007. Os dois únicos títulos da curta carreira do treinador à beira do gramado. Trajetória que sofreu um grave baque na sexta-feira.
O adeus ao hexa determinou o fim do período do capitão do tetra à frente do principal time de futebol do planeta. Porém, não foi só para ele que o fim da linha chegou.
Jogadores duramente contestados desde às Eliminatórias, Júlio Baptista, Doni, Josué, Kléberson, Elano, Felipe Melo e Gilberto Silva não devem mais voltar a vestir a camisa amarela.
Castigo merecido para a comissão técnica que priorizou comprometimento, comportamento e amizade em detrimento do talento. A gestão da equipe nos últimos quatro anos não admitiu um só desvio de conduta, mas esqueceu de olhar para a fase dos nomes em que apostou.
Revelações unânimes como os santistas Paulo Henrique Ganso e Neymar tiveram de assistir ao Mundial pela televisão. Já Ronaldinho Gaúcho, ídolo em todo o planeta, também teve a sua boa fase no Milan ignorada pelo estafe de Dunga.
Pior para o torcedor canarinho, que viu um time apostando tudo na força dos contra-ataques para passar pelos adversários. Pouco para a tradição pentacampeã mundial.
Após uma apresentação ruim na estreia, com um magro 2 a 1 sobre a semiamadora Coreia do Norte, os brasileiros melhoraram nos 3 a 1 sobre a Costa do Marfim. O futebol ruim voltou no 0 a 0 com Portugal, mas foi compensado pelo 3 a 0 sem sustos ante o Chile nas oitavas. Mas, a inconstância ficou provada frente aos holandeses.
Minado por desfalques, o elenco da CBF não teve forças para manter a tradição de ser o único a conquistar uma Copa fora de seu continente. Nem em 2014, jogando em casa, o Brasil vai poder repetir o feito de 1958 e 2002.
Resta a paixão do torcedor do país do futebol ser mantida por mais quatro anos. Com o Mundial no quintal de casa, quem sabe o caminho do hexa não esteja traçado.
De acordo com a programação da CBF, a delegação brasileira teria desembarque programado para hoje no Brasil. Ao contrário de 2006, quando a maioria dos atletas ficou na Europa, todos são esperados na triste chegada para casa.