Maicon, abatido com eliminação| Foto: Valterci Santos / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Felipão ganha força na CBF

Ainda antes de a seleção brasileira ser eliminada pela Holanda, a conversa já girava em torno do substituto de Dunga. Especulação que só aumentou quando o treinador afirmou que o "projeto de trabalho era de quatro anos", após a derrota por 2 a 1, na sexta-feira, em Port Elizabeth.

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e chefe da delegação nacional na África do Sul, trabalhou nos bastidores pela indicação de Mano Menezes, atual técnico do Timão.

A preferência da cúpula da CBF, contudo, é pelo nome de Luiz Felipe Scolari. O treinador teria autorização para conciliar o trabalho no Palmeiras, seu atual clube, com a seleção até o fim do ano. Depois se dedicaria exclusivamente, montando o grupo para Copa de 2014, no Brasil. Campeão em 2002, Felipão reestrearia já no jogo do dia 10 de agosto, contra os Estados Unidos, em Nova York, um dos seis amistosos que serão disputados pelo time no segundo semestre de 2010.

Ricardo Teixeira está na África do Sul. Fica no país até o final da Copa do Mundo – no dia 8 participa ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do lançamento do selo oficial do Mundial-2014, na Casa Brasil, em Johannesburgo. Por enquanto tem evitado falar com a imprensa. É provável, contudo, que conceda uma entrevista coletiva nos próximos dias. Para quem sabe confirmar, entre outras coisas, quem herdará o lugar de Dunga. "Ainda é cedo para falar qualquer coisa a respeito", resumiu Rodrigo Paiva, diretor de comunicação da CBF. (CEV)

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Derrota decretou o fim de uma era para vários jogadores
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Fora da Copa de 2010, o Brasil faz agora um rescaldo dos pecados que causaram a eliminação do time. A queda contra a Holanda, nas quartas de final, acabou com o mito de que contra seleções de grande porte, mesmo sem jogar bonito, o time de Dunga funcionava.

Foi assim, pelo menos, na Copa das Confederações do ano passado e na Copa América de 2007. Os dois únicos títulos da curta carreira do treinador à beira do gramado. Trajetória que sofreu um grave baque na sexta-feira.

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O adeus ao hexa determinou o fim do período do capitão do tetra à frente do principal time de futebol do planeta. Porém, não foi só para ele que o fim da linha chegou.

Jogadores duramente contestados desde às Eliminatórias, Júlio Baptista, Doni, Josué, Kléberson, Elano, Felipe Melo e Gilberto Silva não devem mais voltar a vestir a camisa amarela. Castigo merecido para a comissão técnica que priorizou comprometimento, comportamento e amizade em detrimento do talento. A gestão da equipe nos últimos quatro anos não admitiu um só desvio de conduta, mas esqueceu de olhar para a fase dos nomes em que apostou.

Revelações unânimes como os santistas Paulo Henrique Ganso e Neymar tiveram de assistir ao Mundial pela televisão. Já Ronaldinho Gaúcho, ídolo em todo o planeta e idolatrado na África, também teve a sua boa fase no Milan ignorada pelo estafe de Dunga.

Pior para o torcedor canarinho, que viu um time apostando tudo na força dos contra-ataques para passar pelos adversários. Pouco para a tradição pentacampeã mundial.Após uma apresentação ruim na estreia, com um magro 2 a 1 sobre a semi-amadora Coreia do Norte, os brasileiros melhoraram nos 3 a 1 sobre a Costa do Marfim. O futebol ruim voltou no 0 a 0 com Portugal, mas foi compensado pelo 3 a 0 sem sustos ante o Chile nas oitavas. Mas, a inconstância ficou provada frente aos holandeses.

Minado por desfalques, o elenco da CBF não teve forças para manter a tradição de ser o único a conquistar uma Copa fora de seu continente. Nem em 2014, jogando em casa, o Brasil vai poder repetir o feito de 1958 e 2002.

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Resta a paixão do torcedor do país do futebol ser mantida por mais quatro anos. Com o Mundial no quintal de casa, quem sabe o caminho do hexa não esteja traçado.De acordo com a programação da CBF, a delegação brasileira teria desembarque programado para hoje no Brasil. Ao contrário de 2006, quando a maioria dos atletas ficou na Europa, todos são esperados na triste chegada para casa.