Confira na reportagem, em detalhes, como é o CT do Caju, casa temporária da seleção
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Não foi à toa que o técnico Dunga pediu desculpas à torcida brasileira pelas poucas informações que o público terá do time durante a preparação e a Copa do Mundo. Em Curitiba, a partir de sexta-feira, quando se inicia o período final de ajustes para o Mundial da África do Sul, o CT do Caju será transformado em uma fortaleza onde poucos vão entrar e ninguém deve sair.
Nos seis dias em que a equipe nacional estiver no Paraná, o contato com os torcedores será praticamente nulo. Os jogadores e o estafe da CBF desembarcarão no Aeroporto Afonso Pena na manhã do dia 21. De lá, só verão a cidade pela janela do ônibus que os conduzirá ao Caju, no bairro Umbará, e de volta ao aeroporto no dia 26 as únicas exceções são Júlio César, Maicon e Lúcio, da Internazionale de Milão, que disputam em Madri a final da Liga dos Campeões no dia 22 e ainda não têm a programação definida.
O medo de que se repitam as cenas de festa em treinamentos abertos aos fãs durante a preparação para o Mundial de 2006 (em Weggis, na Suíça) motiva a comissão técnica a fazer um esquema absolutamente fechado. A tática de isolamento total também será a tônica após a chegada no país da Copa.
Por outro lado, segundo a assessoria de imprensa da CBF, existe a possibilidade de um treino ser liberado à torcida paranaense. A decisão só será tomada após a chegada da seleção na capital paranaense. No entanto, tal medida é pouco provável.
A intenção de Dunga é afastar ao máximo a imprensa e consequentemente o torcedor do convívio dos atletas. Os cerca de mil jornalistas de todo o mundo esperados para a cobertura serão tratados sem nenhuma regalia.
Uma tenda de 20x30 metros quadrados será erguida no campo 5, o mais distante das instalações utilizadas pela seleção. Lá, os repórteres trabalharão sem visibilidade dos exames e treinamentos (praticamente só físicos) ministrados.
Conforme a reportagem apurou, nem água será servida aos profissionais de mídia e apenas banheiros químicos estarão à disposição.
O portão principal do CT não será utilizado pela mídia. Por mais que um estacionamento esteja sendo construído pela prefeitura bem em frente à entrada tradicional, os jornalistas só poderão usar a portaria secundária, na Rua Lupionópolis, a cerca de 300 metros de onde deverão parar os carros o poder municipal também está realizando melhorias na Estrada do Ganchinho e no acesso ao Contorno Leste, quase em frente ao CT.
A presença da seleção brasileira também alterará a rotina do Atlético. A equipe profissional treinará apenas na Arena no período e as concentrações serão feitas em um hotel no centro da cidade. Já os cerca de 90 meninos da base que moram no local ganharão uma semana de folga. Apenas os juniores estarão em Minas Gerais disputando a Taça BH.
"Da meia noite do dia 21 até o dia 26 ninguém do Atlético irá ao CT. Nem o presidente do clube (Marcos Malucelli) irá lá", afirmou via assessoria de imprensa Renato Requião, superintendente do Furacão e o principal organizador da passagem da seleção pela propriedade atleticana.
Todos os funcionários dos departamentos administrativo e de futebol do Rubro-Negro serão deslocados para o Joaquim Américo. No CT, apenas serviços imprescindíveis como os da lavanderia e da cozinha serão mantidos com empregados atleticanos.
Além da estrutura e da temperatura semelhante à da África do Sul, também pesou na escolha da casa de treinos do Furacão a tranquilidade do local e a possibilidade de isolar-se completamente o time. Nas duas vezes em que Dunga esteve no CT este ano, desceu do carro em frente ao portão principal e deu voltas a pé checando a calmaria do lugar. Pelo visto, viu no local o espaço ideal para o encastelamento.
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