Blog "Gazeta 6 Estrelas" estreia cobertura exclusiva direto da África do Sul
A seleção brasileira tem um compromisso diplomático antes de chegar à África do Sul. Entre a saída de Curitiba, nesta quarta, às 11h45, e o desembarque no aeroporto de Johannesburgo, previsto para as 3 horas da madrugada (de Brasília), o time de Dunga desce na capital do país para receber as bênçãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O encontro inverte a lógica que marca a relação entre a seleção e o governo. Normalmente os jogadores são recepcionados pelo presidente no retorno ao Brasil, em caso de conquista do título mundial em 2002, com Fernando Henrique Cardoso no poder, o volante Vampeta quebrou o protocolo e desceu a rampa do Palácio do Planalto dando cambalhotas para celebrar o quinto título mundial.
A mudança de estratégia foi alinhavada diretamente por Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e o núcleo mais próximo a Lula, um torcedor ferrenho do Corinthians. A intenção, nas entrelinhas, é deixar o país nos braços do povo, surfando na popularidade do ex-metalúrgico, a mais alta da história (76% de aprovação segundo a mais recente pesquisa do Datafolha). "É algo normal se despedir do povo por meio do presidente, sempre foi feito. Temos que valorizar isso", disse o lateral-direito Daniel Alves.
O zagueiro Thiago Silva irá reencontrar o mandatário da República. Em 2007, o jogador abraçou Lula após ter sido campeão da Copa do Brasil pelo Fluminense. "Desta vez será mais especial. Espero voltar lá depois da Copa e dar outro abraço nele".
Por trás do discurso nacionalista dos boleiros há uma mudança recente de conceitos o que aproxima ainda mais o elenco do técnico Dunga. Em setembro de 2008, Júlio César bateu de frente com o presidente que, na ocasião, criticou muitos jogadores brasileiros que estavam "ganhando muito dinheiro sem, antes, provar que é bom". Lula emendou ainda elogios ao argentino Lionel Messi. "Como cidadão brasileiro, e principalmente por ter votado nele, eu fiquei muito chateado. Então vá morar na Argentina. Renuncie à Presidência e talvez o Brasil melhore em alguma coisa", devolveu, na ocisão, o goleiro.
Lula agora caminhou por outro viés. Elogiou a convocação de Dunga, duramente criticada por parte da população. "Comandante é exatamente assim, é como nós. Decide, as pessoas gostam ou não gostam e a gente executa. Se der tudo certo, parabéns. Se der tudo errado, a gente vai pagar um preço muito caro", afirmou, em sua versão paz e amor.
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