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Há uma regra na seleção brasileira cumprida à risca pelos jogadores na África do Sul: em quase todas as entrevistas, eles dizem que o grupo é formado por 23 titulares. Todo mundo sabe, incluindo os atletas, que somente 11 entram em campo. Os ou­­tros têm de esperar uma contusão ou suspensão para ter uma chance ou então uma opção tática do treinador.

Normalmente, os goleiros são os que mais sofrem. Doni e Go­­mes já devem ter notado que só lhes resta bater palmas para Júlio César. Entre os demais, apenas os zagueiros Luisão e Thiago Silva ainda não atuaram. No último jogo, contra o Chile, a generosidade de Dunga ficou clara quando substituiu Kaká por Kléberson, aos 35 minutos do segundo tempo. O atleta do Flamengo é uma figura apagada nos treinos da seleção. Se Dunga escalar Thiago Silva e Luisão, nem que seja por poucos minutos, vai imitar os técnicos Zagallo, em 1998, e Luiz Felipe Scolari, em 2002.

Naquelas duas Copas, todos os atletas de linha em condições de jogo disputaram pelo menos parte de uma partida. Com Zagallo, na França, só os goleiros Dida e Carlos Germano ficaram o tempo todo à sombra de Taffarel. Já o zagueiro André Cruz não atuou porque se contundiu logo no início da competição.

Com Felipão, Kaká se apresentou ao mundo aos 27 minutos do segundo tempo da goleada do Brasil sobre a Costa Rica por 5 a 2. Depois disso, não fez mais nada na Copa da Coreia do Sul e Japão Mais tarde, na semifinal, a seleção vencia a Turquia por 1 a 0 e, aos 40 minutos da etapa final, o técnico olhou complacente para o banco de reservas. Coração mole, chamou Belletti, o único do grupo – excluindo-se os goleiros Rogério Ceni e Dida, suplentes de Marcos – que não trazia na bagagem nenhuma foto com sua presença em jogo oficial.

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