Juan defende Roberto Carlos
A polêmica em torno do meião de Roberto Carlos voltou ontem na seleção brasileira. Questionado sobre quem deveria ter marcado o francês Thierry Henry no lance do gol que eliminou o Brasil da Copa da Alemanha (o lateral-esquerdo do Corinthians ficou parado, erguendo a meia), Juan saiu em defesa do ex-companheiro. "Dentro da equipe ninguém crucificou o Roberto Carlos. Até porque, com aquele tamanho, não era ele quem deveria estar junto com o Henry", justificou o zagueiro. O jogador da Roma, porém, se esquivou de revelar o nome de quem havia sido indicado por Carlos Alberto Parreira para fazer a proteção. "Não era eu. Naquela época a marcação era por zona", afirmou, de forma enfática. Cauteloso, ele preferiu falar com certa moderação sobre o atual sistema defensivo, um dos pontos fortes do time de Dunga. "O trabalho é de todos. A marcação, muitas vezes, começa lá na frente, com os atacantes."
No quarto dia de estada em Curitiba, finalmente a torcida pôde ver a seleção brasileira. Depois dos protestos de domingo, quando o técnico Dunga chegou a ser xingado por populares pela rigidez no isolamento dos jogadores, ontem, no fim da tarde, o portão principal do CT do Caju foi liberado para a torcida ver de perto os atletas.
O contato foi rápido, não mais do que 15 minutos, durante uma corrida dos jogadores em volta do campo após o treino. O suficiente para agradar a todos. "Até que enfim o Dunga teve consideração pela gente. Foi muito bom ver todos os craques de perto, mesmo que bem rápido", comemorava o torcedor Giovani Lima, 25 anos.
Além do trio Júlio César, Maicon e Lúcio vencedores da Liga dos Campeões sábado pela Inter de Milão e liberados para se apresentar direto na África do Sul (apenas o goleiro chega hoje a Curitiba) a torcida também não pôde ver Kaká, poupado novamente dos treinos.
Em compensação, o atacante Luís Fabiano participou dos treinamentos pela primeira vez desde que chegou à cidade e estava entre os jogadores que foram acenar para a torcida ao final do trabalho. O contato transcorreu tranquilamente, sem nenhum incidente.
O portão principal do centro de treinamentos atleticano foi aberto pouco antes das 17 horas. E logo a notícia se espalhou pelas ruas do Umbará e Sítio Cercado, bairros que fazem divisa justamente no endereço do CT. "A gente já tinha desistido. Quando estávamos indo para o ponto de ônibus, ouvimos um gritaria, vimos as pessoas correndo. Foi então que soubemos que tinham aberto o portão", afirma o estudante Claudio Onofre Domingues, 14 anos, que, junto com outros três amigos de turma do Colégio Militar, correu de volta para o CT a tempo de ver a seleção. "Foi muito legal. Eu nunca tinha visto os jogadores de perto assim", festejou o adolescente.
O também estudante Ander-son Correia Júnior, 18 anos, estava até rouco de tanto que gritou na tentativa de chamar a atenção do ídolo Robinho. Santista, ele pretende voltar hoje ao centro de treinamentos. Desta vez vestido com a camisa do Peixe. "Fiquei esperando uma hora e meia em cima do muro, mas valeu muito a pena. Amanhã [hoje] vou tentar pegar autógrafo do Robinho na minha camisa. Nem que eu tenha de entrar no campo", entusiasmou-se o rapaz.
A confeiteira Juliana Oliveira Olivotto até que tentou, mas não conseguiu entregar o presente que levou para a seleção: um bolo feito por ela, todo verde e amarelo e com o mascote da Copa, o leopardo Zakumi, vestindo a camisa azul do Brasil. "Eu queria mesmo era entregar para o Kaká. Mas só o fato de eles acenarem para mim quando viram o bolo já valeu", falava a torcedora.
Sobre o preço do quitute, ela contou que normalmente venderia por R$ 30 o quilo. "Mas agora o bolo se valorizou. Se alguém quiser comprar, vendo por R$ 60", disse, bastante alegre, depois de ver o treino.
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