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Conservador, pragmático ao extremo, Dunga não fez nada além do que se esperava ao confeccionar a lista de convocados para a Copa do Mundo da África do Sul. Chamou a turma de sempre – Grafite no lugar de Adriano só seria surpresa se o Imperador não tivesse se esforçado tanto em jogar a vaga no lixo. Claro que Dunga tem argumento para defender suas escolhas, não se pode negar. Nos momentos de decisão, a seleção dele sempre correspondeu – em termos de resultado; mas nem sempre com bom desempenho. Perguntem para a Argentina, a Itália e os EUA. Vencer a Copa América, a Copa das Confederações e a Eliminatória Sul-Americana, porém, maquiou também o principal trunfo do técnico. Se o placar é o que importa (segundo Dunga), melhor esquecer que empatamos contra Peru, Colômbia (duas vezes!), Equador, Bolívia (de quem também perdemos) e Venezuela. Contra seleções pequenas que se encolhem no seu campo de defesa, o grupo de Dunga, que só sabe jogar no erro do adversário e em lampejos individuais, não engrena. Se não for atacada, a seleção não tem criatividade para tomar a iniciativa. Ou seja, mesmo sabendo que o Brasil pode chegar ao improvável título, aos trancos e barrancos, olhar a lista de Dunga desanima quem se deleita com o esporte. Fica a impressão de que algo está faltando. Para mim, o que falta mesmo é futebol, jogador de qualidade. Com esse time, não pode faltar vibração dentro de campo. Afinal, é a receita Dunga. Só não se pode cobrar empolgação da torcida.

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