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Carro-chefe da Copa:  André Manvailer, sócio-proprietário do Premier Sport Bar, vendeu durante a partida cinco vezes mais chope que um dia normal | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Carro-chefe da Copa: André Manvailer, sócio-proprietário do Premier Sport Bar, vendeu durante a partida cinco vezes mais chope que um dia normal| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Ambulantes se livram de encalhe

O restante do comércio que lida com materiais relacionados à seleção brasileira também comemorou a estreia brasileira na Copa do Mundo. Bandeiras, cornetas (ou também chamadas na África do Sul de vuvuzelas) e camisas foram artigos muito procurados antes da equipe nacional entrar em campo.

Os ambulantes que estavam no centro da cidade se aproveitaram do dia fora do comum para desafogar até o material encalhado, como conta Ricardo Liberato. "Vendemos tudo o que não vendeu no ano passado", afirmou o trabalhador de uma barraquinha no centro da cidade.

Para estes comerciantes informais, as bandeiras e cornetas foram os carros-chefes das vendas. Experiente em trabalhar com isto em Mundiais, Enoque de Jesus conta que o faturamento foi semelhante ao da Copa da Alemanha. "Saiu duas vezes mais que o normal", garantiu, lamentando o fato do próximo jogo ser domingo e acreditar que isto fará as pessoas ficarem em casa. (RM)

Com as camisetas o aumento das vendas não foi diferente, porém em menor escala. Segundo Antônia Coutinho Hinata, dona da Adriene Sport, em um shopping popular de Curitiba, o crescimento foi de 10%. "Está bom, normalmente começa assim mesmo. O povo espera e vai comprando mais no final", disse a comerciante.

Já Odalirio Antonio Provenzi, gerente da Az de Espadas, estava mais radiante. "Faltou camisas oficiais e réplicas da bola da Copa. Vendemos tudo", contou, esperando que o fabricante en­­vie mais uma remessa enquanto o Brasil estiver na África do Sul para que o lucro seja ainda maior.

Enquanto Maicon e Elano marcavam os gols da vitória brasileira contra a Coreia do Norte, na estreia da seleção na Copa do Mundo, alguns comemoravam sem ao menos ver a partida. Para grande parte dos responsáveis pelos bares que decidiram ficar abertos durante o jogo, o confronto foi sinônimo de lucro alto.

Foi o caso do Premier Sport Bar. Segundo André Manvailer, um dos sócios do estabelecimento, o movimento foi cinco vezes maior que um dia comum. "Superlotou a casa. Durante o jogo tinha cerca de 240 pessoas, superando a nossa expectativa", contou o empreendedor, que construiu o seu comércio em 70 dias, inaugurando um mês antes do previsto para aproveitar o período de Copa do Mundo.

Com a promoção de chope duplo durante o jogo, Manvailer vendeu 200 litros no dia. "No total foram 300 litros (contando o bônus durante os 90 minutos). Era um rio de chope", exagerou, já com as reservas quase esgotadas para domingo, no jogo contra a Costa do Marfim.

A expectativa é de novamente uma tarde só de alegrias. Ou quase. "O único problema que tivemos foi um torcedor que, com uma conta de R$ 22, queria sair sem pagar. Protestou, falou que era filho de coronel, mas quando ameaçamos chamar a polícia ele pagou", conta.

Outro bar que fez a festa dos tor­­cedores foi o Aos Democratas. Se­­gundo a coordenadora financeira do local, Monique Liebel, mais de 500 pessoas deram um lucro, em relação a um dia normal, até difícil de comparar. "Normalmente não abrimos neste horário. Então dá para dizer que tivemos 100% a mais de lucro", brincou.

Já no Café Avenida, na Boca Ma­­dita, enquanto milhares de pessoas assistiam a partida em um telão no calçadão, dentro os funcionários quase enlouqueciam, como conta a sub-gerente Mara dos Santos. "Nós e mais duas banquinhas eram os únicos lugares abertos. Foi muito lucrativo, bem mais de 100% em relação aos outros dias, mas o trabalho foi intenso", conta, garantindo que vendeu mais de 500 litros de cerveja nos 90 minutos de jogo.

Porém para o gerente comercial do Jokers, Gustavo Dias, o que foi bom poderia ter sido ainda me­­lhor. "Todos os salões estavam lotados, com 250 a 300 pessoas presentes", contou, afirmando que uma partida melhor do Brasil daria ainda mais lucro. "Já temos experiência nisto. Na Copa passada, na derrota para a França, tivemos o nosso pior dia de vendas", conta.

Opinião compartilhada por Arlindo Ventura, dono do Bar do Torto. "Se o Brasil melhorar, o pessoal se empolga e se estende mais no lazer", argumentou, co­­mentando um fato curioso do seu estabelecimento. "Durante a partida tinha cerca de 60 pessoas. Depois chegamos a 300, quase quatro vezes mais que uma terça-feira comum. Parecia uma sexta-feira à noite".

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