Maradona descarta ser a estrela da Copa| Foto: Enrique Marcarian / Reuters

Até a classificação para as oitavas de final, Diego Maradona vivia um clima total de paz e amor com os jornalistas argentinos. Seu bom humor e tiradas nos jogos e coletivas o transformaram na estrela da Copa do Mundo. Mas o 100% de aproveitamento na primeira fase fez o técnico exigir desculpas pelas críticas antes da viagem à África do Sul. Desde então, o tom das conversas com a imprensa mudou um pouco. Neste sábado, o Pibe negou ter rancor da imprensa, mas voltou a reclamar do tratamento dado à seleção nas eliminatórias. O ex-camisa 10 ainda rejeitou o status de maior nome do Mundial.

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Perto de completar 50 anos (30 de outubro), Maradona disse que sua experiência no futebol o ajuda a orientar melhor os jogadores como treinador. A idade também o fez mais maduro, a ponto de não querer mais brigas com os jornalistas. Mas ainda exige que aqueles que reclamaram do time peçam perdão aos atletas.

"Não tenho rancor, já estou velho. Fico zangado pelos jogadores, pela falta de respeito com eles e por não pedirem desculpas no momento certo. Há atletas que hoje são endeusados na Argentina e que muitos jornalistas não queriam na Copa. Não é fácil deixar de ser ninguém no seu país, vencer três jogos e virar o centro das atenções daqueles mesmos que diziam que você era um desastre", disse.

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Somente Argentina e Holanda conseguiram três vitórias na primeira fase. De folclórico a exemplo de treinador por escalar a "albiceleste" ofensivamente, Maradona descarta ser chamado de a estrela da Copa. Para ele, os jogadores são os responsáveis pelo brilho do campeonato e seu trabalho não se compara ao de nomes como José Mourinho (Real Madrid) e Josep Guardiola (Barcelona).

"São os atletas que ganham e perdem as partidas. O técnico é um guia. Não acredito que há treinadores estrelas. Mourinho e Guardiola não estão aqui", afirmou.

Feliz na nova função, o Pibe lembrou que foi aconselhado por muitos amigos e familiares para não assumir a seleção argentina. Depois das críticas no início do trabalho, hoje se sente realizado e afirma que o "presente é fantástico". Como arma para seduzir os jogadores, usa sua própria experiência como um dos maiores da história com a bola nos pés.

"Fiquei fora em 78, fui campeão sub-20 em 79, depois fui em 82, acabei campeão em 86, em 90 nos deram como mortos e ressuscitamos... Em 94, alguns levaram vantagem... Passei por tudo. Durante toda minha carreira adquiri experiência que hoje passo para eles com todo o meu coração. Posso falar "isso já aconteceu comigo". Posso contar o verdadeiro, o real", concluiu.

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