Numa análise franca, realista, de quem conhece bem a realidade do futebol de seu país, o técnico do Uruguai, Oscar Tabarez, não acredita que só a boa campanha da Celeste na Copa do Mundo da África do Sul pode transformar a situação do futebol uruguaio. Único país sul-americano representado nas semifinais do Mundial (nesta terça disputa uma vaga na decisão com a Holanda, na Cidade do Cabo), o Uruguai sofre com uma liga desprestigiada, com clubes em estado falimentar, resultado da falta de organização, brigas políticas. O êxodo de jogadores ainda muito jovens para a Europa também é outro problema difícil de ser resolvido.
Na contramão de tudo isso, a Celeste Olímpica faz sua melhor campanha em Copas desde 1950, disputada no Brasil, quando conquistou o bicampeonato. Mas Tabarez acredita que só isso não é suficiente para mudar o panorama do futebol no pequeno país de apenas 3,5 milhões de habitantes.
- A possibilidade de voltar a ser uma potência no futebol mundial não depende apenas de um resultado ocasional. É preciso ter organização e respaldo. É perverso que só se pense nisso por causa de questões circunstanciais (a boa fase da seleção). O mundo agora é muito diferente daquele da primeira metade do século 20, quando o Uruguai jamais perdeu uma partida de Copas do Mundo. A diferença entre o primeiro e o terceiro mundo é muito grande. É quase utópico pensar que o Uruguai possa se tornar predominante no futebol no futuro - admite.
Tabarez explica que existe uma nova ordem no futebol mundial e que o Uruguai, apesar de suas glórias passadas, já não ocupa um lugar de destaque.
- O mundo não vai mudar por causa do resultado de três ou quatro partidas. O que temos de buscar são elementos ou fatores que atenuem as diferenças econômicas e organizacionais que existem entre entre o primeiro e o terceiro mundo do futebol - conclui.
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